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Macau na Rota das letras

06 mar, 2017 - 09:35 • Maria João Costa

Pedro Mexia, Sergio Godinho, Benjamin Moser, Bruno Vieira Amaral são alguns dos convidados do Festival Literário de Macau que decorre até 19 de Março. Além da literatura, há cinema, exposições e banda desenhada.

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Com temas de actualidade como a crise dos refugiados e a migração decorre até 19 de Março a sexta edição do Rota das Letras, o Festival Literário de Macau. No edifício do antigo tribunal de Macau estão a decorrer as sessões que juntam dezenas de escritores, realizadores e artistas de várias nacionalidades.

Organizado desde 2012, o festival foi fundado pelo jornal “Ponto Final”, um diário em língua portuguesa editado em Macau.

Na edição deste ano marcam presença os escritores portugueses Pedro Mexia, Bruno Vieira Amaral (Prémio José Saramago 2016), Raquel Ochoa, João Morgado ou José Rodrigues dos Santos. Também a Macau vêm na segunda semana do festival o comentador político Henrique Raposo e o cantor Sérgio Godinho. Este último marcará presença com o lançamento do seu mais recente livro, o seu primeiro romance, intitulado "Coração mais que perfeito" e dará também um concerto. Mas o festival não se faz apenas com escritores portugueses. Por aqui passam também outros autores lusófonos, já que o Rota das Letras criou uma parceria com a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa e acolhe o Encontro de Escritores de Língua Portuguesa e promove o Morabeza, o primeiro Festival Literário de Cabo Verde que irá decorrer no último trimestre de 2017 na Cidade da Praia. Presentes em Macau estão por isso o ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente e autores lusófonos como Djaimilia Pereira de Almeida ou o guineense Abdulai Silá.

O festival que tem sessões em inglês, chinês e português convidou também autores chineses como Yu Hua que escreveu em 1992 a obra "To Live" e é aclamado como "a voz mais profunda que chega hoje da China" ou Qin Wenjun, autora de literatura infantil com mais de 80 obras publicadas. Na Rota das Letras estarão ainda presentes os finalistas do Man Booker Prize 2016 Madeleine Thien e Graeme Macrae Burnet.

Além das sessões o festival vai também às escolas e universidades de Macau. Ao encontro dos alunos vão alguns escritores aqui presentes. Exemplo disso é a visita que esta terça-feira os escritores Raquel Ochoa e João Morgado farão à Escola Portuguesa de Macau ou que Pedro Mexia fará ao Instituto politécnico de Macau.

Nem só de literatura vive este festival. A edição deste ano é marcada também pela Banda Desenhada e pelo cinema. Da China continental chegam nomes como o ilustrador Dick Ng e de Portugal marca presença o autor de BD, realizador e musico Filipe Melo. Além de uma feira do livro, no local do festival, nas salas do antigo tribunal há também exposições para ver. Exemplo disso é o trabalho de um artista local Wong Ka Long que revela uma obra fotografia e de desenho inspirada no poeta português Camilo Pessanha.

O festival deixa marcas. Durante o decorrer do evento será lançada uma nova antologia da colecção Contos e Outros Escritos. A terceira edição intitulada "Regra de Três" junta textos do escritores como Afonso Cruz, Clara Ferreira Alves, a brasileira Andrea Del Fuego, a cubana Karla Suarez ou o moçambicano João Paulo Borges Coelho. São textos coligidos numa antologia trilíngue e que foram produzidos a pedido do festival e inspirados no ambiente da cidade de Macau.

Esta sexta-feira o programa Ensaio Geral da Renascença será feito a partir de Macau. A Jornalista Maria João Costa entrevistará o escritor e poeta Pedro Mexia e o escritor de origem norte-americana Benjamin Moser. Este último, colunista do jornal “New York Times”, é o autor responsável pela biografia da escritora brasileira Clarice Lispector, uma obra que deu a conhecer melhor a vida e escrita da autora.

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