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Alemanha considera “aberrantes” as críticas da Turquia

03 mar, 2017 - 23:24

Ministério germânico dos Negócios Estrangeiros lançou esta sexta-feira um comunicado para responder a Erdogan.

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O Governo alemão considera "aberrantes" as acusações de espionagem formuladas pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a um jornalista germano-turco encarcerado na Turquia, qualificado de separatista curdo e de agente de Berlim.

"É aberrante", considerou o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, em comunicado, lapidar, emitido esta sexta-feira à noite.

Antes, durante um discurso feito esta sexta-feira, Erdogan já tinha descrito Deniz Yucel, correspondente na Turquia do jornal alemão Die Welt, detido na terça-feira por "propaganda terrorista", como "representante do PKK", sigla do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma organização que os dirigentes de Ancara classificam como "terrorista", e "agente alemão".

O chefe turco acusou também a Alemanha de tolerar reuniões de separatistas curdos e declarou que as autoridades alemãs "deveriam ser julgadas, porque ajudam e acolhem terroristas".

Estas declarações de Erdogan sucederam à anulação pelas autoridades alemãs de três reuniões na Alemanha, onde deveriam discursar dois ministros turcos para apoiarem uma proposta de reforma constitucional que visa reforçar o poder de Erdogan, a qual vai ser sujeita a referendo em 16 de Abril.

"Impediram o meu ministro da Justiça de falar, o meu ministro da Economia de falar. Eu próprio deveria discursar por videoconferência", reforçou Erdogan.

As tensões germano-turcas multiplicaram-se desde o golpe falhado contra o regime turco, de Julho de 2016. Depois da anulação destas reuniões, Ancara multiplicou as declarações acrimoniosas contra Berlim.

A chanceler Angela Merkel, que tinha criticado a detenção de Yucel, disse que era "apropriado" da parte da Alemanha "criticar os ataques à liberdade de imprensa" na Turquia.

Erdogan é acusado pelos seus detractores de deriva autoritária, designadamente depois do golpe falhado, a que se seguiu a detenção de mais de 43 mil pessoas, entre as quais numerosos jornalistas críticos.

Comentários
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  • António Costa
    04 mar, 2017 Cacém 10:32
    "Terrorista" é uma palavra da moda do "politicamente correto" que designa os opositores políticos que praticam e usam violência indiscriminada para atingir os fins. Então qual é o problema? O problema é que os "Valores" são Diferentes de sociedade para sociedade e não são, nem NUNCA foram Universais! Os terroristas de Erdogan, de Putin, de Israel, da Coreia do Norte, da UE ou dos EUA são apenas as pessoas que não cumprem determinadas Regras desses países. Na Civilização Judaico-Cristã, onde vivemos, respeitam-se Regras que para o Islão são Heresias puníveis com a Morte! O Ocidente devia era deixar de ter vergonha naquilo em que acredita! Deixar de ser Cobarde!

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