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FAO. Fome ameaça 37 países

03 mar, 2017 - 00:04

O mais recente relatório realça que 28 desses 37 países dependentes do exterior estão no continente africano.

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A fome ameaça 37 países que dependem da ajuda alimentar externa devido aos conflitos e à seca, apesar de abundarem as colheitas a nível mundial, indica um relatório da organização da ONU para a alimentação e a agricultura.

O mais recente relatório da FAO (sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), subordinado às perspectivas de colheita e situação alimentar, realça que 28 desses 37 países dependentes do exterior estão no continente africano, onde a seca do ano passado associada ao fenómeno El Niño continuam a causar estragos.

Os conflitos prolongados aumentaram igualmente o número de pessoas deslocadas que passam fome, o que faz com aumente o número de emergências devido a insegurança alimentar.

O director-geral adjunto da FAO, Kostas Stamoulis, indicou em comunicado que o mundo está numa situação "sem precedentes", com quatro ameaças de fome [quando um país ou região não produz ou tem alimentos suficientes para alimentar a sua população] em vários países ao mesmo tempo.

Em certas zonas do Sudão do Sul foi declarada na semana passada a fome, que se calcula poder afectar 100 mil pessoas. Em todo o país, calcula-se que cerca de 4,9 milhões de sudaneses do sul precisam de assistência alimentar urgente.

No Iémen a guerra e a escassez alimentar fizeram com que 17 milhões de pessoas (dois terços da população) sofram fome, metade das quais precisa de ajuda de emergência. Por isso, indica a ONU, o risco de declarar a fome no país "é muito alto".

No norte da Nigéria há 8,1 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, devido às acções do grupo 'jihadista' Boko Haram.

Na Somália são 2,9 milhões de pessoas afectados pelo terrorismo do Al Shabab e por uma dura seca que reduziu a produção de alimentos em 70% em parte do país. As reservas alimentares estão agora a esgotar-se.

O Afeganistão, o Burundi, a República Centro-Africana, a República Democrática do Congo, o Iraque, a Birmânia e a Síria são outros dos países em que os combates e os distúrbios têm vindo a pôr em risco a alimentação de milhões de pessoas, o que tem repercussões nos Estados vizinhos que acabam por receber os seus refugiados.

O relatório da FAO indica, por outro lado, que a produção de cereais recuperou na América Central em 2016 e foi abundante na Ásia, Europa e América do Norte.

A produção mundial de trigo pode ascender este ano a 775 milhões de toneladas, cerca de 1,8% abaixo da produção no ano passado, que registou níveis históricos. Ainda assim, os excedentes acumulados auguram um a situação "cómoda" a nível global.

Para este ano prevê-se uma melhoria da produção agrícola no sul da África, reduzida anteriormente pelo impacto do El Niño, ainda que uma praga de lagartas e as inundações localizadas em Moçambique, Zâmbia e Zimbabué possam limitar o seu crescimento.

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  • demagogia
    04 mar, 2017 Santarém 22:14
    E como é que se vai combater este flagelo se a maior fatia vai para armamentos, se muitas ajudas nem sequer chegam aos verdadeiros destinatários e se os governantes desses países que lhes prometeram o paraíso com a instalação do comunismo e outras ideologias afinal nada mais fizeram do que encher os bolsos e virar as costas ao povo?.

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