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"Capacetes Brancos" não vão aos Óscares por excesso de trabalho na Síria

25 fev, 2017 - 16:42

Raed Saleh, líder da organização, e Khaled Khatib, voluntário e realizador, confirmaram já que não vão estar presentes na cerimónia.

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Representantes dos "Capacetes Brancos", o grupo de voluntários que já salvou milhares de vidas na Síria, vão estar ausentes da cerimónia de entrega dos Óscares devido à intensificação dos bombardeamentos no território sírio.

Era esperado que Raed Saleh, chefe dos "Capacetes Brancos", e Khaled Khatib, o socorrista e jovem cineasta sírio que filmou grande parte do trabalho "The White Helmets", um dos nomeados para o prémio de melhor documentário em curta-metragem, estivessem domingo na cerimónia que vai decorrer em Los Angeles.

"Não vou por causa do aumento da pressão de trabalho devido à intensificação dos bombardeamentos do regime nas províncias de Damasco, Deraa e Homs", afirmou, em declarações via telefone à agência noticiosa francesa AFP, Raed Saleh.

"Há muitas coisas para fazer no terreno, a gestão das operações, assegurar que há veículos de emergência", explicou ainda o responsável pela Defesa Civil Síria, conhecida pelos característicos capacetes brancos usados pelos voluntários.

Também Khaled Khatib, que se encontra na cidade turca de Istambul, escreveu na rede social Twitter: "Tenho um visto para os Estados Unidos mas (...) não vou participar nos Óscares por causa da intensificação do trabalho. A nossa prioridade é ajudar o nosso povo".

"Devia viajar na terça-feira, mas há muito trabalho por causa dos bombardeamentos. Além disso, estou a trabalhar na produção de um outro filme sobre os 'Capacetes Brancos' que deve estar pronto nas próximas duas semanas. É por isso que não vou", disse o próprio, também em declarações via telefone à AFP.

O documentário de 40 minutos "Os Capacetes Brancos" ("The White Helmets") foi realizado pelo britânico Orlando von Einsiedel e encontra-se disponível no Netflix.

Desde a sua criação em 2013, este grupo composto por cerca de três mil estudantes, professores, agricultores e outros voluntários esteve envolvido no salvamento de mais de 78 mil vidas.

A guerra na Síria, prestes a completar seis anos, já fez mais de 310 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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