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Mão Morta lançam álbum ao vivo. E "partem pedra" para disco de originais

25 fev, 2017 - 15:54

Grupo de Braga lança esta semana o duplo álbum ao vivo "Nós somos aqueles contra quem os nossos pais nos avisaram".

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Os Mão Morta editam esta semana um álbum com o Remix Ensemble, fruto de uma parceria que nasceu em palco, numa altura em que estão a compor e a preparar concertos para os 25 anos de "Mutantes S.21".

O duplo álbum ao vivo "Nós somos aqueles contra quem os nossos pais nos avisaram" recupera um concerto dos Mão Morta com o Remix Ensemble que assinalou, em 2016, os 100 anos do Theatro Circo de Braga e que foi depois replicado em três outras cidades.

"Gravámos o concerto na esperança de ter material para editar e as músicas ganharam outra dimensão, também pelos arranjos do Telmo Marques. Foi um concerto a duas vozes que nos surpreendeu", afirmou o músico Miguel Pedro Guimarães, baterista e fundador dos Mão Morta.

O disco tem 14 temas que atravessam a história da banda de Braga e que, no entender de Miguel Pedro, se tornam quase em novas músicas, diferentes e autónomas, pelo trabalho "de grande valor artístico" do agrupamento de música contemporânea da Casa da Música.

"À primeira vista este casamento entre uma banda de rock, assim mais fechado, e uma formação de alta cultura, erudita, parece difícil de aceitar, mas é só para quem não os conhece. Os músicos do Remix Ensemble têm grande liberdade criativa, conseguem improvisar e dar uma vida diferente às músicas dos Mão Morta", afirmou o músico.

Este álbum é editado numa altura em que os Mão Morta estão em estúdio a compor temas para um novo álbum, a editar no final do ano, e que sucederá a "Pelo Meu Relógio São Horas de Matar" (2014).

"Ainda estamos na fase de partir pedra e o disco que sair revelará aquilo que nos apetece fazer naquele momento, reflectirá a fase em que estivermos. Não sabemos ainda se será mais rock, mais experimental", afirmou Miguel Pedro.

Sobre uma possível contaminação criativa do Remix Ensemble no trabalho dos Mão Morta, o baterista diz que permanecem os contactos com a orquestra e que, se as músicas novas pedirem, não se descarta uma participação.

Os Mão Morta surgiram em 1984 em Braga, fundados por Joaquim Pinto - que já não faz parte do grupo -, Miguel Pedro e Adolfo Luxúria Canibal, e até hoje editaram álbuns como "Corações Felpudos" (1990), "Mutantes S.21" (1992), "Há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável" (1998) e "Pesadelo em peluche" (2010).

O grupo quer aproveitar 2017 para celebrar os 25 anos de "Mutantes S.21", o disco conceptual que editou nos anos 1990, uma espécie de diário por várias cidades - uma por cada música, incluindo "Budapeste - Sempre a rock & rollar", talvez uma das mais conhecidas dos grupo.

"É o disco que pôs os Mão Morta, como se diz no futebol, na primeira divisão, porque até aí era muito 'underground' e ele deu-nos mais visibilidade mediática e radiofónica", recordou Miguel Pedro.

"A 'digressão' associada ao álbum proporcionou concertos que ficaram na história da banda, como é o caso do concerto em Braga, no Theatro Circo, tendo a sala ficado semi-destruída (nem o enorme candeeiro resistiu!)", lê-se na biografia oficial dos Mão Morta.

A pensar nos 25 anos desse sucesso, os Mão Morta querem fazer uma série de concertos temáticos, o primeiro dos quais em Vila Real, no Rock Nordeste, em data a anunciar.

Para esses concertos, o grupo vai contar com a participação de vários ilustradores, para trabalharem a vertente visual do espectáculo.

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