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Marcelo. Constituição permite várias visões sobre poderes do Presidente

25 fev, 2017 - 00:35

Chefe de Estado esteve na apresentação da 6.ª edição do Manual de Direito Constitucional, de Jorge Bacelar Gouveia e elogiou antecessores.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende os seus antecessores e reconhece o mérito de quem cumpriu missões fundamentais, considerando a Constituição suficientemente maleável para permitir vários tipos de visões sobre o exercício dos poderes presidenciais.

Na apresentação da 6.ª edição do Manual de Direito Constitucional, de Jorge Bacelar Gouveia, o constitucionalista afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa "era melhor Presidente da República portuguesa".

No discurso, o chefe de Estado agradeceu "a simpatia", mas foi peremptório: "Tenho que defender os meus antecessores porque não há nada como vestir a pele de Presidente da República para perceber o mérito daqueles que vestiram a mesma pele noutros contextos diferentes, com estilos diversos e cumprindo missões fundamentais".

"Feita esta defesa dos presidentes antecessores, eu concordo com o professor Jorge Bacelar Gouveia quando ele diz que a Constituição é suficientemente maleável para permitir vários tipos de visões sobre o exercício dos poderes presidenciais porque não há dois Presidentes iguais, não há duas situações iguais", justificou.

De Ramalho Eanes, Marcelo Rebelo de Sousa destacou "a missão dificílima que era de transição de uma revolução para uma democracia institucionalizada", enquanto sobre Mário Soares evidenciou o facto de "ser o primeiro Presidente da República civil eleito num contexto de abertura do país e de aproximação do poder político ao país".

"Jorge Sampaio teve de conviver com realidades complexas, nomeadamente com quase sistematicamente um Governo minoritário e com um equilíbrio político muito difícil", elogiou ainda.

Já sobre Cavaco Silva, o Presidente da República destacou que "teve de enfrentar a maior crise económica e financeira".

Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, para "situações diferentes" foram encontradas "soluções também diversas" pelos chefes de Estado.

"Quer no relacionamento com os governos - mais apoiantes nuns casos, menos apoiantes noutros - quer no relacionamento com as oposições - mais satisfeito com o protagonismo das oposições ou menos satisfeito, chegando ao ponto até de patrocinar iniciativas de oposição como de suplência da oposição inexistente porque também houve disso na prática constitucional portuguesa", descreveu.

Para o Presidente da República "essa realidade diversa é a riqueza, mas também a complexidade da Constituição".

"Sou um optimista e quem trabalhou no direito constitucional tem que ser optimista no sentido de que a força do constitucionalismo democrático - leia-se, da democracia - está na capacidade de fazer das suas fraquezas, forças", advogou.

É isso que, na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa distingue a democracia "da melhor das ditaduras" porque "mesmo a mais branda, a mais esclarecida e a mais iluminada das ditaduras - costuma dizer-se - é pior do que a mais fraca das democracias".

Comentários
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  • Antonio Pires
    25 fev, 2017 iAbrantes 15:01
    Temos um sistema jurídico feito no.prec que tem vários sentidos.Salazar tinha um igual, onde era interpretado de diversas maneiras. Os revolucionarios de direito , mas de ideias de esquerda fascista copiaram o sistema fascista para com ele terem várias vias de fuga para os crimes que praticam.E depois têm os advogados do sistema que conhecem os corredores da fuga e ganham milhões. Mas a Constituição e a mesma coisa é interpretada de várias formas e serve para a luta política e não esclarece nada.Tudo feito para o regime entreter o povo, o povo pensar que há leis que o protegem e está enganado.É tudo uma miragem.E quem vai para o tribunal sabe que o que de lá são e o mesmo que jogar no totoloto. Democracia é uma miragem.A esquerda pariu este tipo de direito, a que podiam designar de leis da esquerda fascista.O povo sabe.Já viram políticos presos? Nunca , talvez um esteja a caminho.Bingo! Que sorte se.acontecer.
  • Andrade
    25 fev, 2017 lisboa 00:42
    é como as leis em Portugal, cada um e policia e tribunais e advogados interpretam da maneira que quiserem. Esta feito assim para agradar a quem de direito.

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