23 fev, 2017 - 20:50 • Ana Carrilho
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), António Correia de Campos, chumbou a entrada de novas confederações empresariais no CES.
No despacho a que a Renascença teve acesso, fica a saber-se que sete organizações patronais se candidataram aos oito lugares disponíveis no CES. As quatro que já têm assento (Agricultura, Comércio, Turismo e Indústria) duplicam os lugares. Correia de Campos chumbou as candidaturas da Construção, Imobiliário, dos Serviços de Portugal e das Micro, Pequenas e Médias Empresas.
Segundo o despacho datado de 31 de Janeiro, a Confederação das Micro e Pequenas Empresas, apesar de reclamar âmbito nacional, tem escassa representação no Norte.
Quanto às outras duas, o presidente do Conselho Económico e Social argumenta que representam interesses historicamente presentes nas outras.
A Confederação da Construção e do Imobiliário já fez parte da CIP e não está excluída a possibilidade de voltar; a Confederação dos Serviços representa interesses do comércio e serviços, que são o núcleo da representatividade da CCP, confederação a que pode aderir se as negociações que até agora não resultaram, vierem a ter sucesso. É o que refere o documento.
Para Correia de Campos, a CAP, a CIP, a CCP e a CTP consagram a clássica representação dos interesses empresariais na história económica. E aceitar representações que considera "redundantes" teria como consequência a perda de força do sector, abriria a porta à desmultiplicação representativa de outros sectores, iria fragilizar a representatividade social do respectivo sector e - refere o despacho - agravaria no CES a assimetria representativa já existente na Comissão Permanente de Concertação Social.
O presidente do Conselho Económico e Social refere ainda que a fragmentação da representação dos interesses prejudica e dilui a capacidade daquela órgão consultivo.
Por isso, Correia de Campos decidiu distribuir os oito lugares do CES para as organizações empresariais às confederações que já o integram. Cada uma fica com dois lugares; até agora tinham um.
A Confederação de Serviços de Portugal não se conforma e já anunciou que vai recorrer da decisão de Correia de Campos, argumentando que representa associados com uma facturação na ordem dos 34 mil milhões de euros, o equivalente a 20% do PIB e responsáveis por mais de 300 mil postos de trabalho directos e indirectos, em áreas como as telecomunicações, centros comerciais, cadeias de distribuição, comércio electrónico, tecnologias de informação e transportes expresso, entre outras.