22 fev, 2017 - 07:40
A esperança de vida das mulheres pode, em média, ultrapassar os 90 anos em 2030. No caso das portuguesas, a fasquia baixa para os 87. A conclusão é de um estudo publicado na revista médica “The Lancet”, segundo o qual as mulheres sul-coreanas serão as recordistas na longevidade, podendo ultrapassar os 90 anos de vida.
O estudo incidiu sobre 35 países, incluindo Portugal, onde a esperança de vida para os homens chega aos 81 anos. Também aqui o primeiro lugar pertence à Coreia do Sul, com uma média de 84 anos. Portugal fica-se pelo 18º lugar.
Dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados no final do ano passado indicam que para o triénio 2013-15 a esperança média de vida, à nascença, dos homens em Portugal era de 77,36 anos e para as mulheres de 83,23. De acordo com o estudo uma mulher nascida em 2030 teria portanto uma esperança média de vida superior aos 87 anos.
Segundo a “The Lancet”, em
2030 a esperança de vida à nascença das mulheres sul-coreanas terá ultrapassado
os 90 anos (90,8), seguindo-se as francesas (88,6 anos), e as japonesas (88,4
anos). Nos homens, o primeiro lugar do “ranking” pertence também à Coreia do
Sul (84,1 anos), seguindo-se os australianos e os suíços (84 anos).
Embora suba em todos os países, o aumento da esperança média de vida será menor na Macedónia, Bulgária, Japão e Estados Unidos para as mulheres, e na Macedónia, Grécia, Suécia e Estados Unidos para os homens.
Os Estados Unidos serão o país com menor crescimento da esperança média de vida à nascença, sendo que a esperança média de vida atual também já é das mais baixas dos países desenvolvidos.
De acordo com os investigadores o aumento da esperança de vida vai ter grandes implicações nas áreas da saúde e assistência social, que terão de se adaptar, e exigirá medidas políticas de apoio ao envelhecimento saudável. Será necessário, dizem, aumentar o investimento na saúde e na assistência social, e possivelmente rever a idade de reforma.
“Até recentemente, na mudança do século, muitos investigadores acreditavam que a expectativa de vida nunca ultrapassaria os 90 anos”, disse o autor principal do estudo, o professor Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, realçando a importância de novas políticas para apoiar a crescente população mais idosa e de modelos alternativos de cuidados, como cuidados domiciliários apoiados na tecnologia.