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Almaraz . Marcelo pede união após críticas a acordo “cheio de nada”

21 fev, 2017 - 20:05

"Resolução amigável" prevê que Espanha pode prosseguir com a construção do armazém de resíduos nucleares.

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O Presidente da República apela aos partidos portugueses e espanhóis, do Governo e da oposição, para que unam esforços de modo a transformar o pacto preliminar sobre Almaraz, feito para "dar uma folga e um tempo", num acordo definitivo.

"Vamos esperar, vamos esperar. Este acordo é um acordo para dar tempo para se chegar a um acordo. É um acordo preliminar para dar uma folga e um tempo para ver se é possível um acordo", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa.

O Presidente da República foi questionado sobre o anúncio feito esta terça-feira pela Comissão Europeia de que tinha acordado com os governos de Portugal e Espanha uma "resolução amigável" para o litígio em torno de Almaraz.

Na opinião do Presidente da República, todos ganhariam, do lado português e do lado espanhol, se fossem unidos "os esforços para conseguir o acordo definitivo".

"E aí penso que os dois governos, os partidos de um lado e de outro que têm influência - quer no Governo, quer na oposição, podem e devem ajudar porque há partidos diferentes nos governos dos dois países que têm parceiros noutros partidos do outro país que deviam juntar esforços a ver se é possível transformar este acordo para permitir um acordo num acordo definitivo", apelou.

Questionado sobre se o apelo era especificamente para o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, o chefe de Estado respondeu: "não, acho que devem ser os partidos dois lados, como sabe são partidos diferentes dos que estão no Governo".

"Portanto isso aplica-se para os dois lados porque é um interesse nacional dos portugueses, modestamente também penso que é um interesse nacional espanhol o bom entendimento entre os dois países. Se for possível aproveitar esta ocasião, proporcionada no quadro europeu, para um entendimento duradouro, isso seria o ideal", defendeu.

O PSD diz que o acordo entre Portugal e Espanha sobre o armazém de resíduos nucleares em Almaraz "não traz nada de novo", acusando o Governo de "atirar areia para os olhos" dos portugueses.

Uma “mão cheia de nada” atira o Bloco de Esquerda, considerando que o Governo de Espanha não cedeu.

Construção do armazém avança

A autorização de construção do armazém de resíduos nucleares em Almaraz avança, apesar do acordo entre Portugal e Espanha, confirma à Renascença o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol.

Portugal e Espanha chegaram a acordo sobre a construção do armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz. Lisboa vai retirar a queixa em Bruxelas e Madrid compromete-se a manter Portugal informado.

A notícia foi conhecida esta terça-feira, através de uma declaração conjunta do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e do primeiro-ministro português, António Costa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, saudou o acordo para Portugal poder aceder ao estudo de impacto ambiental, mas ressalva que este desenvolvimento não impede, contudo, nova queixa na Europa no futuro.

As autoridades portuguesas poderão visitar a central nuclear de Almaraz e o Armazém Temporário Individual de resíduos radioactivos nos próximos dois meses para depois poderem fazer as propostas que quiserem, deliberou esta terça-feira o Ministério da Energia de Espanha.

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  • A
    22 fev, 2017 A 13:02
    O ilusionista e o vendedor da banha da cobra. Kosta e Martello amigos inseparãveis. Quem é que os quer!? Levem dois pelo preço de um, pode ser que alguém lhes pegue!
  • Marina Rocha
    22 fev, 2017 Lisboa 09:51
    Sempre a baixarmos as orelhas a qualquer outro pais...D.Afonso Henriques não teve medo dos Espanhóis, porque nós temos?
  • Cidadao
    22 fev, 2017 Lisboa 09:49
    Qual "amigável" qual quê: capitulamos mais uma vez, face ao poderio de Espanha, foi o que foi. Os espanhóis mantêm quase tudo como estava a troco duma hipotética troca de informações e vistorias onde vamos ser enganados, e nós... temos uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Com a agravante de caso queiram repor a queixa, além de mais difícil, vão deparar-se com o facto consumado e aí meus caros... pouco ou nada há a fazer.
  • Carlos Ventura
    22 fev, 2017 Valença 08:58
    Ai é! E o Marcelo que ainda à dias foi a Espanha defender e vender a geringonça.Como quisesse transmitir aos Espanhóis o que deviam escolher. Querem boa cooperação com Espanha com interlocutores Portugueses com diplomacia zero com o actual governo de Espanha.Fazem borrada e depois querem que sejam os partidos com melhores relações com Espanha a apagar o fogo que outros ateiam.Ganhem juízo e deixem de interferir no País que está ao nosso lado.
  • Os PSDs
    21 fev, 2017 lx 20:43
    andam completamente a apanhar bonés!...
  • O Presidente
    21 fev, 2017 port 20:40
    bem se esforça! Mas com rapazolas no maior partido da oposição não há nada a fazer!
  • Quase impossivel
    21 fev, 2017 lx 20:37
    Pelo que já estamos a ver a Berta do PSD já veio afirmar que o acordo é areia para os olhos dos portugueses! Com este PSD, e esta liderança, infelizmente não há nada a fazer! Estão sempre pela negação e o que interessa são primeiro os interesses partidários e os do país que se lixem! Como é que é possível o maior partido da oposição que deveria ser responsável e analisar os assuntos, sai de imediato ao ataque e de peito feito às balas?...Que falta de credibilidade!

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