20 fev, 2017 - 19:02
O PCP exige soluções imediatas para 50 ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) não ficarem “sem qualquer apoio social”.
Os comunistas pedem medidas urgentes ao Governo. Estes ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, actualmente desempregados, vão perder o subsídio de desemprego em Março e não reúnem as condições necessárias para a reforma antecipada.
Num encontro com jornalistas na sede do PCP, em Viana do Castelo, a deputada comunista Carla Cruz sustenta que vai novamente “apelar para a urgência de medidas concretas, que respondam às necessidades destes trabalhadores e dos seus agregados familiares".
O porta-voz dos antigos funcionários, António Ribeiro, explica também que, como estes 50 trabalhadores não atingiram os 57 anos de trabalho exigidos por lei, (uma vez que tinham entre 52 e 62 anos aquando da data de rescisão dos seus contractos), “vão ter de aguardar um ou dois anos sem nenhum apoio", para poderem pedir as suas reformas antecipadas por desemprego prolongado.
António Ribeiro acrescenta que há mais 289 ex-trabalhadores dos estaleiros que ainda não têm a sua situação resolvida.
Um total de 180, “com idade inferior a 45 anos, cujo subsídio de desemprego terminou há um ou mais anos”, ainda não conseguiram encontrar um novo emprego; 100, “com idades entre os 45 e os 51 anos, não têm acesso à reforma antecipada e vão ficar sem subsídio de desemprego a partir de Março e até Maio”; e outros nove que ainda “continuam em litígio com a empresa, em Tribunal”, refere o porta-voz.
Apesar de uma reunião com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em Dezembro do ano passado e de o presidente da Câmara de Viana ter dito que ia propor ao Governo um programa de formação para empregar em novas empresas locais, o ex-trabalhadores vão voltar a contactar os partidos e o Governo.
Além de Carla Cruz, António Bastos, dirigente local do PCP e também ex-trabalhador dos ENVC, critica a postura “impávida e serena” dos vianenses perante esta lamentável situação, desafiando cada um deles “a levantar-se e a mobilizar-se para que esta denúncia passe para todos os munícipes".
A rescisão dos contractos de todos estes ex-trabalhadores aconteceu no início de 2014, quando o anterior Governo PSD/CDS entregou a actividade dos ENVC a um consórcio de empresas privadas do grupo Martifer.
A nova empresa, West Sea, em regime de parceria público-privada até 2031, despediu 607 funcionários, nos quais 595 viram-se forçados a aceitar um plano social.