Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

ZERO critica apoios públicos a festivais de música

19 fev, 2017 - 18:40

Associação ambientalista considera questionável e reprovável que recebam “selo de 'Festival Verde'".

A+ / A-

A associação ambientalista ZERO quer que o Ministério do Ambiente reconsidere algumas aplicações de verbas do Fundo Ambiental previstas para 2017, criticando, por exemplo, os apoios públicos a festivais de música.

"A ZERO analisou em pormenor a aplicação de receitas do Fundo Ambiental para o ano de 2017 e concluiu que, apesar da generalidade das prioridades definidas serem aceitáveis, algumas opções políticas são questionáveis ou mesmo reprováveis", defendeu a associação ambientalista em comunicado.

No que diz respeito a projectos do próprio Ministério do Ambiente, a ZERO apenas questiona os cinco milhões de euros que a tutela prevê gastar para "garantir a sustentabilidade das entidades gestoras de serviços de abastecimento de água e saneamento para financiar os custos acrescidos por mais uma reorganização do Grupo Águas de Portugal e os maus resultados da inconstância das políticas públicas".

Mas são os projectos apoiados pelo Ministério do Ambiente que mais dúvidas suscitam à associação, nomeadamente "na área dos resíduos e no financiamento de acções ambientais em festivais de música, com atribuição de um selo de 'Festival Verde'", opções que a ZERO define como "questionáveis e reprováveis".

A associação discorda que sejam retirados 3,4 milhões de euros da Taxa de Gestão de Resíduos cobrada aos municípios para promover medidas que se integram na responsabilidade social das empresas, quando deviam ser empregues no cumprimento dos objectivos a que a taxa se direcciona, como o incentivo à reciclagem, visto que apenas 28% dos resíduos urbanos foram reciclados em 2015.

A meta até 2020 é chegar a 50% de resíduos urbanos reciclados anualmente.

"O Ministério do Ambiente decidiu, de forma pouco sensata, apoiar os festivais de música com as verbas do Fundo Ambiental. A ZERO manifesta a sua total discordância com esta opção de gastar um terço das verbas destinadas à sensibilização ambiental subsidiando os festivais, não só porque estes eventos, em geral, já promovem iniciativas de sensibilização, mas também porque esta é claramente uma matéria da responsabilidade social e ambiental das empresas que os realizam, sem que haja necessidade de co-financiamento com dinheiros dos contribuintes", criticou a associação.

No que diz respeito ao sector energético, "a ZERO considera que deve ser esclarecido que parte do défice tarifário é que vai ser apoiada pelo Fundo Ambiental".

"A ZERO é contra a aplicação do dinheiro público para colmatar o défice tarifário no sector da electricidade associado ao uso de combustíveis fósseis, que são subsidiados mais que as energias renováveis e agravam o preço da electricidade", acrescenta o documento.

A ZERO sugere que o Ministério do Ambiente redireccione a aplicação de verbas para áreas que considera prioritárias, como a recolha selectiva e a transição do país para o recurso a energia 100% renovável.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+