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Mário Centeno

Défice em 2016 não vai ultrapassar 2,1%, o "mais baixo da história da democracia"

15 fev, 2017 - 11:16

Depois de um início de semana conturbado em que se chegou a equacionar a sua demissão, o ministro das Finanças foi de confiança reforçada ao Parlamento.

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Défice em 2016 não vai ultrapassar 2,1%, o "mais baixo da história da democracia"
Défice em 2016 não vai ultrapassar 2,1%, o "mais baixo da história da democracia"

O ministro das Finanças assegurou esta quarta-feira que o défice orçamental de 2016 não será superior a 2,1% do PIB. Mário Centeno considera que os indicadores mais recentes da economia são "alicerces mais sólidos" e que ajudam à "saúde das contas públicas".

"O défice em 2016 será o mais baixo da história da nossa democracia e não será superior a 2,1%", disse o ministro esta quarta-feira na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, onde está a ser ouvido.

Depois de citar os números economia portuguesa divulgados na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dão conta de um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4% em 2016, o ministro afirmou que "Portugal possui hoje alicerces mais sólidos para garantir um crescimento económico sustentado e equitativo, mas também pela saúde das contas públicas".

Centeno afirmou que as medidas tidas como extraordinárias, ou seja, o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), "apenas melhorarão a meta orçamental estabelecida pelo Governo, que era de 2,4%", ligeiramente abaixo do objectivo de 2,5% definido pela Comissão Europeia aquando do encerramento do processo de sanções.

"Quando me refiro ao facto de a economia portuguesa estar hoje no ponto mais sólido desde que aderimos ao euro apoio-me em resultados: crescimento económico, investimento, geração de emprego, solidez nas contas públicas, mas queremos mais e vamos conseguir mais", disse. Dessa forma, o ministro assegurou que, "graças à correcção sustentável e durável das contas públicas, Portugal vai, finalmente, sair do Procedimento por Défices Excessivos".

Durante a sua intervenção inicial, destacou ainda um conjunto de indicadores para suportar o entendimento de que a economia portuguesa "está hoje mais sólida". "O índice de confiança dos consumidores está em máximos de 17 anos", que o crescimento "está cada vez mais assente" no investimento e nas exportações e que "o desemprego está em mínimos desde 2009".

Centeno abalado recupera confiança do Governo e da Presidência

Na segunda-feira, o ministro das Finanças colocou o lugar à disposição do primeiro-ministro. Minutos depois, o gabinete de António Costa emitiu um comunicado em que confirmou a confiança em Centeno. A conferência de imprensa de dia 13 surgiu depois de críticas duras do PSD e do CDS ao ministro.

O CDS considerou que o ministro das Finanças mentiu à comissão parlamentar de inquérito sobre a Caixa, o que pode ter consequências penais. O PSD apresentou um requerimento potestativo para ouvir novamente o ministro das Finanças na comissão parlamentar de inquérito.

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel também acusou o ministro das Finanças de mentir e, em declarações à Renascença, pediu a sua demissão.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tomou como boa a posição do Governo nesta polémica. “Estou convencido do seguinte: que não há nada, que eu tenha conhecimento, assinado pelo primeiro-ministro ou pelo ministro das Finanças defendendo uma posição que para mim era impensável, porque era óbvio que tinha que haver entrega da declaração de rendimentos e património.”

Comentários
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  • Maria Manuela Nunes
    16 fev, 2017 Queluz 10:05
    Só se fala no défice. E a dívida pública que não pára de aumentar? Qualquer dia estamos piores que a Grécia...
  • joao123
    15 fev, 2017 lisboa 18:31
    O PSD tinha previsto um défice de 1,8% se tivesse continuado no governo , e sem medidas extraordinárias nem aumento dos impostos indirectos . Em 2018 é que se vai ver se o PS finalmente inverteu o seu modelo económico e começou a apostar nas exportações e nos safamos , ou se é só reversões com aumento da despesa e esperar pelo consumo interno.Se não mudar estouramos outra vez....
  • Pedro Godinho
    15 fev, 2017 Lisboa 17:39
    Tenha vergonha Senhor Ministro. O Partido que o senhor representa deixou há menos de 6 anos um buraco gigantesco nas contas públicas, com um défice superior a 11% e, depois da implementação pelo anterior Governo de um plano muito duro e impopular, que foi diariamente criticado pelo próprio PS e pelos actuais parceiros de coligação parlamentar, conseguiu-se pôr-se a economia a crescer (1,6% em 2015) e reduzir drasticamente o défice para cerca de 3%. Acha que o mérito é seu? Baixar de 3 para 2 não será certamente mais fácil do que de 11 para 3. E já agora, para BE e PCP o cumprimento do défice agora já conta, já é importante? O Pacto de Estabilidade, não era para esquecer? Então e as instituições europeias, tão criticadas pela esquerda entre 2011 e 2015, agora já contam, porque aplaudem? Enfim, é a "geringonça" que temos...
  • O rosnar
    15 fev, 2017 lis 17:00
    dos Pafosos é precisamente para que estes valores não sejam comentados! A manhosice dos direitolas no seu melhor!
  • Os PAFosos
    15 fev, 2017 lx 16:34
    Rosnam e fazem ruído e a esquerda trabalha e apresenta resultados positivos! A raiva deles é muita!
  • Reformado
    15 fev, 2017 Lisboa 16:20
    Que chatice.....eu ate gostava do outro "défice" daqueles que me roubaram na pensão !
  • PINÓQUIO DA FINANÇA
    15 fev, 2017 Lx 14:06
    Engenhoso, cheio de truques e mentiras este pantomineiro...Cativações, Peres, não pagamento a fornecedores, ausência de investimento público para ir além da comissão Europeia...Um verdadeiro pinóquio este Sem Tino...faz lembrar o outro que esteve preso e que nos levou ao resgate. A casa ardia mas dizia que este sítio era um paraíso...É só rir com estes vendedores da banha da cobra mas acabaremos a chorar com a taxa de juro da dívida a passar os 4 por cento....
  • PROPAGANDA FOLEIRA
    15 fev, 2017 Lx 14:02
    Ironia dos xuxas pantomineiros...Foram além daqueilo que a Comissão Europeia dizia... E agora os kamaradas do PCP e do BE nada dizem? Já não ladram? Mas será preciso dizer que foi à lapa do programa de regularização de dívidas fiscais, da cativação de despesas públicas e da falta de investimento público que o conseguiram... O resto são cantigas da esquerda que distribui aquilo que não têm para dar....Por isso, resta esperar pela pancada em breve quando o BCE acabar com a compra de dívida....
  • PROPAGANDA BARATA...
    15 fev, 2017 Lx 13:43
    Foi além da Comissão Europeia mas apenas conseguiu o feito com as cativações, o PERES e a não pagar aos fornecedores...Truques a que já nos habituámos destes esquerdistas pantomineiros , mentirosos e vendedores da banha da cobra.... Agora o jurássico PCP e a esquerda caviar do Bloco de esterco nada dizem'...Tanta hipocrisia meu Deus... Contudo, a dívida pública aumenta e as taxas acima de 4 por cento enquanto temos estas vitórias de pirro...É só folclore dos esquerdelhos que nos levarão a novo descalabro....
  • José Zé
    15 fev, 2017 alhandra 13:36
    A Miss Swaps do PSD mentiu por causa das negociatas dos swaps? PSD/CDS mentiram quando disseram ao FMI que as mudanças económicas eram definitivas e ao mesmo tempo disseram aos portugueses que eram apenas temporárias?

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