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Vera Jardim: Marcelo “meteu-se talvez demais” no caso Caixa

15 fev, 2017 - 01:09 • José Pedro Frazão

No programa Falar Claro da Renascença, o socialista Vera Jardim disse que não gostou da intervenção do Presidente da República em determinadas fases da polémica sobre os gestores da Caixa Geral de Depósitos. Já Morais Sarmento lança duras críticas ao ministro das Finanças que, "se continua assim, vai cair".

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Vera Jardim: Marcelo “meteu-se talvez demais” no caso Caixa
Vera Jardim: Marcelo “meteu-se talvez demais” no caso Caixa

O socialista Vera Jardim considera que Marcelo Rebelo de Sousa foi demasiado interventivo no processo relacionado com a entrega de declarações de rendimentos e património dos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD). No programa "Falar Claro", da Renascença, o antigo ministro da Justiça defendeu que o chefe de Estado deve ocupar um "lugar de recuo" na gestão da situação política.

"Acho que o Presidente da República se meteu um pouco talvez de mais neste assunto. O Presidente da República não devia ter publicado uma coisa que quase parecia um parecer jurídico a dizer porque é que teriam de entregar as declarações no Tribunal Constitucional", afirma Vera Jardim, na Renascença.

Mais cáustico, Nuno Morais Sarmento classifica Marcelo Rebelo de Sousa como "uma espécie de câmara de confirmação do Governo que está ali na zona de Belém".

O social-democrata aproveita para qualificar Luís Marques Mendes como "um porta-voz da câmara de confirmação do Governo que está ali na zona de Carnaxide, aos domingos", que comenta com base em documentos "que só podem vir do Governo ou do Presidente".

"Nem a oposição os tinha", enfatiza o antigo ministro do PSD.

Cobertura política do Presidente ainda dentro dos limites

Morais Sarmento acrescenta que Marcelo Rebelo de Sousa, Mário Centeno e António Costa saem fragilizados desta polémica: "Se ele [o caso] acabasse hoje, já havia um custo político para o Presidente da República. Um custo muito grande para o ministro das Finanças, que fica pendurado por arames, e para o primeiro-ministro. que teve de sair da sua zona de conforto."

O social-democrata acredita que o Presidente da República está a dar "cobertura política" ao Governo ainda dentro dos limites da razoabilidade.

"Se, de repente, o Governo do meu país cai, por causa disto, acho uma desproporção", acrescenta Sarmento, para quem o Governo "está a provocar a continuação do agravamento da situação".

“Inabilidade” de Centeno

José Vera Jardim reconhece que, da parte do Governo, "houve inabilidade em não ter cortado este problema cerce". O antigo titular da Justiça diz esperar, ainda, uma clarificação sobre se, de facto, os gestores da Caixa teriam que apresentar declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional.

"Não sei se estará juridicamente totalmente errado a solução de dizer que, quando não se é gestor público, continua a ter de entregar declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional", afirma o advogado que milita no PS.

Um ministro à beira da queda

Para Morais Sarmento, a "inabilidade" de Mário Centeno "pode ditar o seu destino de forma diferente" sustentando que "se ele continua assim, ele cai".

"A chave está um pouco na mão dele e do Governo. Cada vez é mais difícil. Isto já está no limite dos limites. O Presidente já diz que ele só fica porque era pior ele sair do que ficar", aponta Sarmento.

O comentador que milita no PSD considera que o custo político deste caso pode tornar-se insuportável " se o primeiro-ministro e o ministro das Finanças persistirem nesta conversa em que já ninguém acredita". Morais Sarmento advoga que a solução teria passado por um pedido de desculpas público de António Costa e Mário Centeno, dirigido em particular à equipa de gestão então constituída.

Comentários
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  • isidoro foito
    15 fev, 2017 elvas 12:24
    marques mendes devia sair do concelho de estado , pois um concelheiro de estado tem certos privilégios e de seguida vai comentalos num canal de televisão , aqui há uma clara fuga de informação por lobo xavier da presidência da republica , isto quase me faz lembrar cavaco quando dizia que estava a ser escutado , é uma novela muito parecida e o sr presidente está a meter o nariz onde não lhe diz respeito com disse vital moreira , são assuntos do 1 ministro
  • Costa Ferreira
    15 fev, 2017 Vale deCambra 11:12
    Sinceramente, Marcelo Rebelo de Sousa tem desvalorizado em demasia a sua presidência para dar continuidade à sua antiga posição de comentador. O atual presidente da república portuguesa mais parece um "porta voz" do atual governo, o que desaponta quem votou na sua eleição. Não interessa aos portugueses um presidente da república apaixonado pelos afetos, populismo idêntico àquele político que gosta(va) de aparecer nas feiras só para dar nas vistas e ser visto...
  • Manuel
    15 fev, 2017 Lisboa 08:58
    Pedido de desculpas deve o Antonio Domingues ao país. Enterrou o BPI e causou danos à Caixa. A equipa era tão boa que tinha de frequentar aulas sobre a banca e ainda ficaram dois estupores - Pedro Leitao e Ravara - que querem receber um milhão. Sarmento, tem vergonha.
  • TUGA
    15 fev, 2017 LISBOA 08:50
    Trabalhem porra!! ...tanto problema no país e nunca mais acaba a novela da CGD?? Todos mamaram. trafulhices feitas por todos e agora com os nossos impostos pagamos, mordomias, pensões vitalícias, boas reformas, bons tachos para passarem o tempo em risadas, palhaçadas em volta da CGD??? O povo tem o que merece, hoje mais um dia de circo na assembleia dos tachos em volta da CGD!! TRABALHEM em prol de quem vos paga ordenados princepescos enquanto o povo está na penúria!!!!! já metem TODOS nojo!! TRABALHEM!!!
  • Passos Coelho
    15 fev, 2017 Lx 08:29
    Eu não minto! As crianças é que me fizeram perguntas que não deviam! A Caixa? Não pode ser recapitaluzada pelo Estado por ser banco publico e Bruxelas não autoriza! Deve ser vendida a privados! Aumentar impostos? Nem pensar os portugueses não aguentam mais! Cortar reformas e pensões? Nem pensar são sagradas para quem as recebe! Cortar o subsidio de Natal? Isso é invenção do anterior governo! Eu não minto!...

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