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Caixa. PSD vai pedir a António Domingues transcrição das mensagens trocadas com Centeno

14 fev, 2017 - 11:58

Partido alega que são comunicações que fazem parte da negociação que houve para a escolha de uma administração da Caixa Geral de Depósitos.

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O PSD vai requerer ao ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos António Domingues a transcrição das mensagens escritas que trocou com o ministro das Finanças, para clarificar a “extensão da mentira de Mário Centeno” e o envolvimento do primeiro-ministro.

“Vamos hoje dar entrada de um requerimento [na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos] pedindo ao doutor António Domingues que faça a transcrição das mensagens escritas que terá trocado com o senhor ministro das Finanças apenas e só a propósito daquilo que a alteração ao estatuto do gestor público exclui, designadamente a questão da entrega das declarações de rendimentos, para que possa ficar claro de uma vez por todas a extensão da mentira do doutor Mário Centeno e para percebermos também o envolvimento do primeiro-ministro em toda esta matéria”, disse o deputado do PSD Hugo Soares, em declarações à Lusa.

Recusando o argumento de que as mensagens de telemóvel trocadas entre António Domingues e Mário Centeno são particulares, Hugo Soares frisou que essas comunicações fazem parte da negociação que houve para a escolha de uma administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e até para “a alteração de um diploma legal com determinadas consequências”.

“É um elemento de prova como outro qualquer, as comissões parlamentares de inquérito têm poderes semelhantes aos dos tribunais judiciais”, referiu, explicando que, como “muito provavelmente”, Mário Centeno irá tentar “esconder” as mensagens que trocou com o ex-administrador da CGD, o PSD decidiu pedi-las a António Domingues, que tem sido “um colaborador” da comissão de inquérito.

Relativamente ao alegado envolvimento do primeiro-ministro no processo, o deputado do PSD recordou que há “notícias públicas” da altura da alteração do estatuto do gestor público que fazem “eco que o próprio primeiro-ministro terá dado a sua anuência a que isso acontecesse e terá dado a sua anuência ao próprio António Domingues”.

“Queremos saber se assim é e se o senhor ministro das Finanças falou com o primeiro-ministro sobre este tema e até que ponto é que o primeiro-ministro está envolvido”, sublinhou, insistindo que é necessário saber “a extensão das mentiras” de Mário Centeno e também o envolvimento do primeiro-ministro, “para que esta novela não se arraste mais”.

Na segunda-feira, numa conferência de imprensa, o ministro das Finanças reiterou que o acordo com Domingues para a liderança da CGD não envolvia a eliminação da entrega das declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional.

“No decurso dos trabalhos da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos houve afirmações querendo dizer que eu negara a existência de acordo sobre alteração do estatuto do gestor público e a inclusão da eliminação do dever de entrega das declarações ao Tribunal Constitucional. A verdade é que nunca neguei que houvesse acordo, só que não envolvia a eliminação do dever de entrega da declaração de rendimentos, matéria prevista noutro diploma não revogado”, afirmou Mário Centeno.

O governante disse ainda que deu conhecimento de todo o processo ao primeiro-ministro, António Costa, a quem recordou que o seu lugar está à disposição: “Reiterei que o meu lugar está à sua disposição desde o dia em que iniciei funções".

Posteriormente, em comunicado, o primeiro-ministro confirmou a confiança em Mário Centeno no exercício das suas funções governativas, após um contacto com o Presidente da República.

Comentários
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  • Filipe Faria
    14 fev, 2017 Londres 21:44
    Já tenho o saco cheio deste circo. Querem dar cabo da Caixa à força toda. Porque será?
  • Rui
    14 fev, 2017 S. Roque 17:49
    JÁ chega!!!!!!!! Mudem de conversa!!!!!
  • Eborense
    14 fev, 2017 Évora 17:43
    De facto o PSD está com sede de poleiro, mas o Sr. Costa não tem sede poleiro e até parece, que ganhou as eleições por muitochinho e por isso é 1º Ministro. No entanto, também acho que esta conversa já mete nojo. Até já parece o PS com o Dr. Relvas.
  • Vitor S.
    14 fev, 2017 Sacavém 17:13
    Ainda com esta treta? O PSD está pior que a CGTP.
  • silva filho
    14 fev, 2017 guarda 16:16
    já nao posso ouvir falar disto. mudem de disco sff.
  • Rodrigo Serra
    14 fev, 2017 Montegordo 16:08
    Esta conversa já enjoa...alternativas oh malta do PSD? Zero!!! Que fizeram vocês sobre a CGD enquanto foram governo? NADA! Deixaram azedar a ver se estoirava para venderem baratinho aos compinchas. Que vómito de lenga-lenga.
  • Sequeira
    14 fev, 2017 Vidago 16:03
    Já chega desta novela. Alguém ainda quer saber disto? A sério PSD NUNCA MAIS!!!! Livra.
  • Larguem esta novela!
    14 fev, 2017 Loures 15:58
    Esta conversa é só uma especie de "watergate em construção", uma novela chata, para esconder que o PSD actual não tem argumentos, soluções de governo alternativas, política para o País e neste momento só tem a liderança(?) duma espécie de ex-primeiro ministro no exílio, de um betinho ressabiado, e danado pela demora em o Diabo aparecer, como se caso o governo se demitisse - ah! ah! - e houvesse eleições agora, o PSD as ganharia. Pobre coitado! Tomara o PS que houvesse Eleições agora: PSD perdia 15 a 18 deputados, CDS voltava a ser o partido do Taxi e o PS, se não conseguisse a maioria absoluta, ficaria em condições de se libertar ou do BE ou do PCP e de caminho resolvia o caso do deputado que entregou o cartão do PS mas ficou na AR (manteve o tacho) agora como "independente".
  • Eugénio Sepulveda
    14 fev, 2017 Angra do Heroísmo 15:39
    A sede de poleiro do PSD é tanta que não lhes importa causar mais outra crise como fizeram em 2011. Por eles o FMI entrava cá hoje desde que isso os fizesse voltar à gamela. Isto não é um partido é um chiqueiro.
  • llv
    14 fev, 2017 lx 15:23
    O PSD pode fazer como o arquitecto Saraiva fez para escrever o seu livro, espreitar pelo buraco da fechadura!

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