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Do conforto do Alentejo para o Quénia. Voluntárias de Beja partem em missão

14 fev, 2017 - 10:34 • Rosário Silva

Amigas há vários anos, partilham o mesmo local de trabalho, a EDIA, empresa que gere o Alqueva, em Beja. Une-as um mesmo sonho que agora concretizam.

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Ana Pacheco, Maria Inês Fialho e Inês Braga de Carvalho partem esta terça-Feira, em missão para o Quénia. Fazem-no através da PROKARDE - Promoção Carmelita de Ajuda ao Desenvolvimento. Trata-se de uma organização não-governamental, criada em 1996, em Espanha, pelas Carmelitas Missionárias para a promoção e desenvolvimento dos povos em países subdesenvolvidos.

“Há muitos anos que queria fazer uma missão, mas não tinha tido oportunidade e em conversa com estas amigas, decidimos ir juntas depois de termos conversado com as irmãs Carmelitas de Beja”, conta à Renascença Inês Braga de Carvalho, 42 anos, licenciada em engenharia zootécnica a desenvolve a sua actividade profissional no âmbito da gestão de perímetros de rega.

Da missão apenas sabe que vai para um colégio de raparigas e com as melhores expectativas, embora confesse que “não me informei muito sobre o que vou fazer porque quero ser surpreendida”. Inês sabe, contudo, que vai de coração aberto a tudo o que lhe for pedido, até porque o voluntariado é uma actividade que já faz parte do seu dia-a-dia e que a todos recomenda.

“Quem puder deve sair da sua zona de conforto para ter um olhar diferente sobre a vida, abrir-se a novos horizontes até de acordo com aquilo que o Papa Francisco nos pede”, acrescenta.

Ausente, no estrangeiro ao serviço da EDIA, Ana Pacheco, de 33 anos, não esteve presente nesta reportagem fazendo das amigas suas interlocutoras. E o sentimento é comum ao da Maria Inês Fialho, licenciada em Agronomia, com funções no departamento de economia da água na empresa gestora do Alqueva.

“Quero dar um pouco de mim e estou disponível para o que me pedirem”, refere. “Vou muito em paz e com o espirito de ajuda para o que for necessário. Quero conhecer a realidade destas raparigas e dar-lhes também a conhecer um pouco do mundo”, deseja Maria Inês.

Aos 37 anos, revela que tem amigos que já fizeram várias missões e que sempre foi seu desejo galgar fronteiras e doar-se a quem mais precisa. Não sabe o que vai fazer, mas espera, pelo menos, poder ajudar nos estudos das raparigas. Para esse efeito, na bagagem seguem sete computadores portáteis.

“Levamos estes computadores que nos ofereceram porque elas têm uma disciplina de informática, mas não existe material suficiente. Também angariamos fundos para uma impressora”, anuncia.

Ajudar na educação no Quénia

Rarouwa é uma pequena aldeia nas imediações do lago Victoria, no Quénia. A pobreza é a imagem de marca de uma população que, na sua maioria, vive da agricultura e da pesca. Na localidade não há água potável, não há electricidade e as estradas não são asfaltadas.

Nos últimos anos, são as Carmelitas missionárias que gerem um colégio interno para meninas dos 12 aos 16 anos e onde vão trabalhar as voluntárias alentejanas. Um trabalho difícil, pautado pela falta de recursos já que a maioria das alunas não tem, sequer, acesso a bolsas de estudo, não podendo pagar qualquer prestação que ajude na sua educação.

Com total disponibilidade e abertura, é assim que a Inês Braga de Carvalho, a Inês Fialho e a Ana Pacheco se apresentam no Quénia, onde vão permanecer por cinco semanas.

“Vamos sem grandes expectativas, de coração aberto e prontas para ajudar no que for preciso. Estamos muito, muito contentes”, manifesta Inês Braga de Carvalho.

“É verdade que não é preciso ir para fora para ajudar, mas se todos dermos um pouco do nosso tempo acho que aos poucos vamos melhorando o mundo”, acrescenta Maria Inês Fialho.

As voluntárias já receberam uma bênção especial do seu pároco em nome de toda a paróquia, no decurso da celebração eucarística, e foram, assim, formalmente enviadas em missão.

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  • Pe. Filipe Resende
    15 fev, 2017 Nairobi - Quénia 18:44
    Olá! Vi esta notícia e logo fiquei entusiasmado em poder contactar estas nossas conterrâneas e dar-lhes as boas vindas ao Quénia. Trabalho no Quénia há 9 anos nesta segunda missão a que fui destinado. Encontro-me actualmente como pároco de um dos bairros de periferia de Nairobi, Kariobangi e Korogocho. Gostaria, se possível, me facilitassem o contacto com estas leigas voluntárias dando talvez o meu contacto. É sempre uma alegria poder partilhar experiências para nós que estamos aqui assim tão longe. Bem vindas e que tudo possa correr com a benção de Deus. Meu telemóvel aqui no Quénia, 0715348528. Obrigado!

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