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Vistos gold. Advogado diz que traduções das escutas em chinês são pouco rigorosas

13 fev, 2017 - 15:03

Paulo Sá e Cunha diz que o processo será longo e que o obstáculo da língua é muito complicado. Ministério Público promete recompensas para arguidos que colaborem com a acusação.

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Vistos Gold. Traduções das escutas em chinês são "pouco rigorosas"
Vistos Gold. Traduções das escutas em chinês são "pouco rigorosas"

O advogado Paulo Sá e Cunha, representante dos três arguidos chineses no caso “Vistos Gold”, disse esta segunda-feira que há no processo escutas de conversas em chinês com tradução pouco rigorosa.

“As declarações [em julgamento] terão de ter tradução simultânea. Temos de ter muito cuidado nisso, porque o peso e o sentido das palavras é muito relevante. Há escutas [telefónicas] com conversas em chinês com traduções pouco rigorosas”, disse Paulo Sá Cunha à saída da sessão da manhã do julgamento, que hoje começou na instância central criminal de Lisboa.

O advogado lembrou que o processo será muito longo e que o obstáculo da língua é muito complicado e um dos factores que fará retardar o andamento do mesmo.

Rogério Alves, advogado de ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) António Figueiredo, confrontado com a intervenção do procurador na qual defendeu que os arguidos que colaborassem no apuramento da verdade deveriam ser compensados, disse que “são os novos ventos que nos vêm de Espanha, mas do Brasil”.

Lembrou que as leis penais portuguesas já prevêem que um arguido que confesse os crimes tenha a pena atenuada, mas explicou que, no caso de António Figueiredo, isso é impossível porque “não praticou os crimes que lhe são imputados”.

“Como nestes crimes se diz logo que a prova é difícil, indirecta e indiciária, recorda-se aos arguidos que a confissão possa ter algum prémio. Isso faz parte de uma estratégia do Ministério Público”, acrescentou.

A sessão de julgamento prossegue à tarde com a previsível audição do ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Jarmela Palos, acusado de um crime de corrupção passiva e dois de prevaricação, que disse querer prestar declarações.

O juiz presidente Francisco Henriques autorizou os arguidos a não estarem presentes nas restantes sessões de julgamento, com excepção das alegações finais.

O julgamento do caso “Vistos Gold”, que envolve Miguel Macedo, o ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo e o ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Jarmela Palos, entre 21 arguidos, começou esta segunda-feira na Instância Central Criminal de Lisboa.

O processo resultou da “Operação Labirinto”, desencadeada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em Novembro de 2014 e que investigou a aquisição de vistos “Gold” por cidadãos estrangeiros interessados em investir e residir em Portugal e outros alegados negócios paralelos envolvendo altos responsáveis da Administração Pública.

Em causa estão indícios que para o Ministério Público e para o juiz de instrução criminal configuram crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

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  • Fausto
    14 fev, 2017 Lisboa 08:39
    窃取任何语言服务纳税人 Qièqǔ rènhé yǔyán fúwù nàshuì rén
  • Barsanulfo
    13 fev, 2017 alcains 19:21
    Ora aqui temos o primeiro incidente.Lá vão os advogados todos, defesa e acusação, magistrados, funcionários judiciais, para o Japão, 6 meses, até perceberem razoávelmente o chinês. Depois dá-se inicio á audição das 300 testemunhas, excepto as que entretanto emigrem ou faleçam. De seguida haverá uma meia dúzia de requerimentos, talvez porque embora percebendo a língua chinesa, o audio não é perceptível. Vêm as férias, de verão e natal, uma baixas por doença, uns atestadozinhos a justificar a ausência do arguido ou da fundamental testemunha... e lá para 2025, teremos a leitura da sentença: Prescreveu, arquive-se! adiante!
  • Fausto
    13 fev, 2017 Lisboa 19:05
    Muito bem...caso encerrado...
  • 13 fev, 2017 Portugal 17:25
    Não percebi a sem por cento o a mens@j€m !
  • almague
    13 fev, 2017 Lisboa 17:01
    TONY, o meu comentário é para sensibilizar a classe , para ver se eles reflectem, e se mudam de atitude. Esta classe desconhece os efeitos nefastos da corrupção na economia do nosso país. Pensam que a corrupção com os valores que atingem em Portugal, não prejudicam ninguém. Foi essa a minha ideia deste comentário. Ética e princípios de patriotismo.
  • Marquês de Púbol
    13 fev, 2017 Viseu 16:50
    Advogado diz que traduções das escutas em chinês são pouco rigorosas! Para bom entendedor... é mais um daqueles julgamentos que nunca vai ter fim!
  • americo silva
    13 fev, 2017 moita 16:43
    Parece que o advogado está a inventar forma de tentar demorar o processo. Não me digam que não existem cá chineses suficientes e com capacidade para traduzir correctamente o que é descrito no processo e em tribuna. Inventem outra.
  • Justiceiro
    13 fev, 2017 Mundo 16:42
    Caros advogados ,Juizes e Justiça portuguesa gostaria de ver o povo mais feliz e que parem de defender criminosos e gente corrupta . Os Srs/ Sras sabiam que na china , MACAU e Hong Kong os actos de corrupção e ação criminosa sao de ação imediata da parte da justiça . Se forem estrangeiros e que seja difícil a tradução ,imediatamente aparecem e sai contractados tradutores e verificadores das traduções . Na china esse tipo de gente corrupta não tem muito lugar para desculpas porque são rigorosos e vão para a prisão e não saem de lá mais . Sim agora vamos a parte democrática ,podem dizer que existem regras e vivem num país democrático e tudo deve seguir o aspecto pratico e legal da investigação . Tudo certo mas eu gostaria de perguntar quem tem autorizado a vender patrimônio público aos chineses ,emitindo milhares de visas gold permitindo que essas pessoas vivam em Portugal . Pediram aos portugueses para fazer isso ? Fizeram algum referendo ?!!! Tudo quanto se vê as empresas chinesas ou donos não pagam impostos por vários anos e quando estiverem a chegar a prazo limite concedido pelo governo trocam de nome e continuam sem pagar nénhum imposto .sabiam que essas empresas ou grupos de chineses na sua maior parte não contractam portugueses apenas trazem mais chineses da china normalmente familiares ou conhecidos . Então que tipo de riqueza se está a criar para Portugal ?!!! Naturalmente só não vê quem não quer ver a única riqueza que está a criar e nos bolsos e contas dos políticos
  • fanã
    13 fev, 2017 aveiro 16:41
    Oufff !........ Ainda bem que o Paulinho das Feiras é alheio a todo este processo . Ele nem sabe o que isso é!!!!! .....os vistos gold.
  • 13 fev, 2017 16:21
    Levem a alminha para o C. S. São Teotónio, Odemira para consulta de rotina.

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