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Polónia contra Europa a várias velocidades

09 fev, 2017 - 11:30 • André Rodrigues

Destaque hoje para um alerta para os perigos de uma Europa a várias velocidades. São avisos que se renovam numa União Europeia em processo de transformação. Desta vez chegam da Polónia.

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Revista de Imprensa de temas europeus 09-02-2017

A agência Lusa cita declarações do líder do Partido Conservador Nacionalista, que está no poder polaco: Jaroslaw Kaczynski vai à boleia de afirmações proferidas por líderes das instituições europeias e também por Angela Merkel. Uma Europa a "diferentes velocidades é uma ideia para a fazer explodir e, de facto, para aniquilar a União Europeia no sentido actual do termo”. Daí que o líder conservador polaco defenda uma “reforma que fortaleça os estados europeus", assim como os laços entre pares de uma mesma União. Há uma série de eventos simultâneos que evidenciam falhas graves na solidariedade europeia: desde logo as dúvidas sobre a integração europeia, os eurocepticismos, o futuro da moeda única e o drama humanitário dos refugiados.

Entretanto, a Comissão Europeia volta a apelar ao entendimento político entre Estados-membros para que cumpram a sua parte no acolhimento de refugiados. No entanto, Bruxelas não exclui eventuais processos por infracção aos países que não acolham refugiados. O assunto está em destaque no portal Euractiv: Frans Timmermans, um dos vice-presidentes da Comissão Europeia, diz-se desiludido com a reduzida adesão dos Estados-membros ao programa de recolocação de refugiados e admite tomar medidas penalizadoras. Timmermans lembra que a Comissão tem o direito de iniciar um processo por infracção, embora prefira que o problema se resolva por via da persuasão política. Falando da Grécia e da Itália, os dois países da União Europeia que mais têm sofrido a pressão migratória, Frans Timmermans assinala a injustiça que tem sido deixar a resolução deste problema apenas nas mãos destes dois países. O vice da Comissão Europeia defende o princípio da responsabilidade colectiva, até porque todos se comprometeram com o programa proposto por Jean-Claude Juncker que consiste na distribuição proporcional de 160 mil refugiados. O jornal grego Kathimerini lembra que este plano foi anunciado há 18 meses e até agora, a Europa acolheu não mais do que 12 mil refugiados.

Ainda esta manhã, uma notícia que parece antecipar o regresso da discussão sobre o Grexit. O Diário de Notícias traz às primeiras páginas desta quinta-feira indicações que trazem de volta o fantasma da saída da Grécia, se não da União Europeia, pelo menos da zona Euro. É que o último relatório de avaliação do FMI sobre a Grécia aponta para insustentabilidade da dívida e para a necessidade de um alívio parcial. E isso criou mal-estar com o Eurogrupo, uma vez que os 19 ministros das Finanças da União monetária defendem que esse alívio não é necessário. De resto, os holandeses e os alemães ameaçam abandonar o programa de resgate se o FMI sair de cena. E, como não podia deixar de ser, Ted Malloch – o provável embaixador americano junto da União Europeia – já se meteu nesta discussão para dizer o quê? Bem, que o Grexit seria uma boa opção.

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