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EUA. Juiz bloqueia Trump e companhias aéreas voltam a aceitar passageiros de países muçulmanos

04 fev, 2017 - 10:15

Ordem do juiz federal James Robart mantém-se válida em todo o país até ser revista pelo procurador-geral de Washington.

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Um juiz federal de Seattle, Estados Unidos, ordenou na sexta-feira a suspensão temporária, a nível nacional, da proibição de entrada de pessoas de sete países de maioria muçulmana decretada pelo Presidente Donald Trump.

A ordem temporária do juiz James Robart vai manter-se válida em todo o país até ser feita uma revisão completa da queixa apresentada pelo procurador-geral de Washington, Bob Ferguson.

O departamento da alfândega e protecção fronteiriça, a agência federal encarregada da imigração, informou este sábado as transportadoras aéreas que os vistos dos cidadãos dos países em questão – Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen — voltam a ser válidos e devem aceitar os passageiros nos seus voos.

O departamento informou também as companhias aéreas que os detentores de um visto de refugiado têm entrada autorizada.

Juízes federais de vários outros estados norte-americanos agiram contra a ordem executiva de Trump desde que entrou em vigor na sexta-feira, mas a decisão de Robart é aquela com maior alcance até agora.

“A Constituição prevaleceu. Ninguém está acima da lei, nem sequer o Presidente”, afirmou Ferguson.

A ordem executiva de Trump bloqueia a entrada de refugiados sírios por tempo indefinido e suspende, durante 90 dias, a entrada de cidadãos do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen nos Estados Unidos. Refugiados de outros países que não a Síria ficam impedidos de entrar por 120 dias.

O governador de Washington, Jay Inslee, considera a deliberação como uma “tremenda vitória”, mas alerta que a batalha para derrubar a ordem executiva de Trump não acabou.

“Ainda há mais a fazer. A luta não está ainda ganha. Mas devemos sentir-nos encorajados pela vitória e mais convictos que nunca de que estamos a lutar no lado certo da história”, afirmou, em comunicado.

O procurador-geral de Washington argumentou que a ordem do Presidente viola os direitos constitucionais dos imigrantes e das suas famílias, já que visa especificamente muçulmanos.

A administração já contra-argumentou que, como Presidente, Donald Trump tem o direito de emitir ordens que protejam os cidadãos norte-americanos.

Na Califórnia, Nova Iorque e Washington também já foram interpostas acções jurídicas para travar a polémica ordem executiva de Trump.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Sally Yates, foi demitida pela administração Trump no início da semana depois de ter instigado os advogados do Ministério Público a desconsiderar a ordem do Presidente relativa a estes países de maioria muçulmana.

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  • Pinto
    04 fev, 2017 Custoias 14:32
    Infelizmente à sempre danos colaterais, de onde deriva o terrorismo e fanatismo religioso? Não é da religião muçulmana? Se os EUA e a Europa quer ter segurança têm de tomar medidas radicais, infelizmente, nos tempos que correm tem de haver medidas drásticas. Temos estado a assistir a atentados, crimes, vandalismo, terrorismo, roubos e desacatos por gente muçulmana, podem dizer o que quiserem essa gente vêem nos cristãos um povo a abater num futuro próximo.
  • J
    04 fev, 2017 Lisboa 11:24
    Ainda há Juízes nos EUA! Ainda há Constituição nos EUA! Que Deus vos abençoe e proteja, bem como a todos nós, na luta contra um ditador. Luta que agora começa e que será sem quartel. Isto é uma promessa solene.

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