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​PCP pede “debate sem trincheiras” sobre eutanásia

31 jan, 2017 - 19:41 • Susana Madureira Martins

O deputado António Filipe diz que debate sobre petição pró-eutanásia é apenas uma primeira discussão sobre o tema.

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O PCP quer evitar que o debate à volta da despenalização ou não da eutanásia crie divisões na sociedade portuguesa. Por isso, o deputado António Filipe pede, em declarações à Renascença, um “debate sem trincheiras” sobre este assunto que, acrescenta, é complexo e deve merecer um debate aprofundado.

“É uma primeira discussão sobre este tema”, começa por dizer António Filipe, sobre o debate desta quarta-feira à volta da petição apresentada por um grupo de cidadãos que pede a despenalização da eutanásia. A petição só será discutida, não votada.

“Respeitamos aqueles que quiseram lançar o debate, mas não há ainda nenhuma proposta concreta sobre a qual nos possamos pronunciar", afirma.

"Portanto, aquilo que temos a dizer é considerar que este debate é relevante, estamos a falar de uma questão de grande importância que tem a ver com a vida e morte das pessoas e achamos que este deve ser um debate sem trincheiras, sem a ideia de que há uns que estão de um lado e outros que estão do outro e que não há um diálogo que tenha de se fazer e procurar encontrar um denominador comum que possa conduzir a uma solução razoável”, defende o deputado e dirigente comunista.

O PCP ainda não tem uma posição fechada sobre este assunto e entende que o debate deve prosseguir.

“Nesta fase, o que é importante é fazermo-nos ouvir uns aos outros para que possamos vir a tomar uma posição que seja um denominador comum e não seja um factor de divisão na sociedade portuguesa”, acrescenta António Filipe, avisando: “Esta é uma questão muito séria e achamos que a pior coisa que podia acontecer é achar que este é um debate de sim ou não, de preto e branco. Não é isso, é uma questão mais complexa que isso. Se nos entrincheiramos, corremos o risco de não chegar a lado nenhum.”

O deputado comunista considera que o debate sobre este assunto em Portugal ainda “está agora a começar” e é preciso que se aprofunde.

Quanto a um projecto próprio do PCP, não o exclui, mas diz que neste momento não está em cima da mesa.

O Bloco de Esquerda e o Pessoas Animais e Natureza (PAN) já anunciaram que vão ter projectos de lei. O PS e o PSD anunciaram que vão dar liberdade de voto aos seus deputados quando e se houver uma votação de projectos. O CDS admite a realização de um referendo sobre este tema.

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  • Vasco Valente
    01 fev, 2017 V N Gaia 10:30
    A isto chama-se ser responsável: apelar à discussão serena do assunto, que tem muitas facetas, de forma a procurar consensualizar o que seja melhor para todos, evitando discussões populistas. Bravo, PCP.
  • João Lopes
    31 jan, 2017 Viseu 22:09
    A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida, não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.
  • Helder Barros
    31 jan, 2017 sintra 20:39
    Deixem as pessoas decidir!

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