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TSU. PSD acusa Governo de “provocação” para gerar conflitualidade política

19 jan, 2017 - 14:57

Marco António considerou que o Governo agiu "de forma muito pouco digna" na concertação social "única e exclusivamente com uma vontade de fazer jogo político e empurrar para o PSD a responsabilidade pela falha de apoio que o Governo teve com os partidos que seus aliados".

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A UGT tentou, mas o PSD não cedeu
A UGT tentou, mas o PSD não cedeu

O vice-presidente do PSD Marco António Costa acusou, esta quinta-feira, o Governo de "provocação" e de inverter as regras da democracia na matéria da Taxa Social Única (TSU), ao pretender o apoio da oposição quando não tem o dos "seus aliados".

"É uma inversão absoluta das regras da democracia. Consideramos que é uma provocação o que o Governo está a fazer e está a tentar alimentar artificialmente esta situação para gerar um ambiente de conflitualidade política na sociedade portuguesa", acusou o dirigente social-democrata, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, na sede nacional do PSD.

Marco António Costa classificou a reunião de produtiva e disse ter registado "compreensão" por parte da UGT quanto às posições do PSD, mas reiterou que o partido mantém a sua posição de votar contra a redução da TSU, por razões de substância e políticas.

"O Governo não reuniu as condições indispensáveis de ter o apoio dos seus aliados políticos para poder caucionar o que prometeu em sede de concertação social", sublinhou, salientando que serão BE e PCP que levarão na próxima semana o tema ao parlamento, através de apreciações parlamentares que pedem a cessação de vigência do decreto que desce a TSU.

Marco António considerou que o Governo agiu "de forma muito pouco digna" na concertação social "única e exclusivamente com uma vontade de fazer jogo político e empurrar para o PSD a responsabilidade pela falha de apoio que o Governo teve com os partidos que seus aliados".

"O que esperamos agora é que o Governo, com os seus aliados, encontre soluções para resolver os problemas que eles próprios criaram", disse.

Questionado sobre as cartas que o PSD tem recebido por parte de parceiros sociais a pressionar para que viabilizem o acordo assinado em sede de concertação, Marco António Costa confirmou a recepção de "três cartas de associações empresariais sectoriais".

"Os partidos ouvem todas as opiniões mas decidem segundo as suas convicções", disse.

O dirigente social-democrata salientou que o PSD nunca foi ouvido no processo de definição do Salário Mínimo Nacional - acordado entre Governo e BE e colocado na concertação como "imposição" - nem, aparentemente, na alternativa encontrada para compensar as entidades patronais.

"Que eu tenha conhecimento não", respondeu, questionado se o Governo e o Presidente da República alguma vez consultaram o PSD sobre a sua posição sobre a redução da TSU.

Marco António Costa lembrou que o Governo PS liderado por António Costa se formou depois de ter "derrubado" um executivo PSD/CDS no parlamento com a promessa de uma maioria "estável, duradoura e consistente".

"Foi com isso que se comprometeu o doutor António Costa, é isto que tem de cumprir", disse, remetendo as declarações do socialista Francisco Assis - que classificou a actual solução governativa como esgotada - para a discussão interna no PS.

O vice-presidente do PSD salientou ainda que o partido não se sente isolado nesta questão da TSU, que os sociais-democratas aceitaram no passado como "transitória e excepcional"

"De uma forma geral, os portugueses compreendem a nossa argumentação: não somos nem o partido dos patrões, nem o partido dos trabalhadores, somos o partido dos portugueses. Não nos revemos é neste modelo de concertação social baseada numa chantagem", criticou.

A redução da TSU dos empregadores em 1,25 pontos percentuais foi aprovada em sede de concertação social em Dezembro entre o Governo e os parceiros sociais - à excepção da CGTP - a par do aumento do Salário Mínimo Nacional de 530 para 557 euros, que já está em vigor.

Comentários
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  • Filipe Viana
    19 jan, 2017 Barcelos 21:41
    O PSD acha que faz oposição, o País acha que eles fazem birra.
  • Pois é!
    19 jan, 2017 lx 15:42
    Esta desculpa de Marco António só demonstra que a actual liderança dos PSDs não sabe ou não quer saber como se governa em democracia! Estiveram durante 4 anos de (des)governação, habituados a cozinhar sistematicamente aquilo que queriam que passasse na AR, impondo ao parceiro de coligação tudo o que pretendiam, até mesmo a legislação que foi sucessivamente considerada anti constitucional! Para o PSD governar só seria possível em maioria absoluta!...Isso agora acabou!...
  • Desculpas
    19 jan, 2017 lx 15:40
    de mau pagador e demagogia de rapazolas politiqueiros oportunistas e taticistas da xico esperteza! Se a nossa democracia é parlamentar é por demais evidente que as leis assentam no Parlamento ou seja na Assembleia da Republica! Se qualquer governo apresentar uma legislação ao Parlamento para ser discutida e aprovada, cada um dos partidos que têm assento na AR votarão como pretenderem mas assumem as suas responsabilidades do voto, quanto às coerências ou incoerências que praticarem sobre as matérias apresentadas! Ora se o PSD que sempre foi favorável à diminuição da TSU agora estiver contra só se pode concluir que está a dar uma cambalhota sobre o que anteriormente defendia e tão simples porque pretende arranjar chicana politica e desestabilizar a situação politica! Mas está no seu direito de o fazer, assim como os portugueses estarão no direito de em futuras eleições terem isto em conta e concluírem que o PSD afinal foi eleito para defender acima de tudo, os seus interesses partidários e pessoais e não os verdadeiros interesses do País! E não podemos esquecer que esta cambalhota vem a seguir ao Vexa Marco António, ter expresso na AR que essa diminuição da TSU deveria abranger as Instituições de solidariedade social o que o governo aceitou. Gato escondido com o rabo de fora!...
  • Carlos
    19 jan, 2017 Valado 15:18
    Ainda quero ver os trabalhadores da função pública a ter de devolver o dinheiro que receberam a mais!

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