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São 32 milhões e 500 professores para promover o sucesso escolar

19 jan, 2017 - 07:23

Reforço visa pôr em marcha o novo Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar. Há alunos que no fim do 1º período do 1º ano de escolaridade já mostram dificuldades.

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O Ministério da Educação vai dispor de 32 milhões de euros, a maior parte de fundos comunitários, para contratar mais de 500 professores que ainda estão em falta nas escolas. A notícia é avançada na edição do “Público”.

De acordo com o jornal, que cita o secretário de Estado da Educação, João Costa, o reforço de docentes pretende levar por diante o novo Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, que foi lançado neste ano lectivo.

Segundo a tutela, o plano teve a adesão de 800 dos 811 agrupamentos de escolas e resultou na aprovação pelo Ministério de 2.900 medidas apresentadas pelas escolas para promoverem o sucesso dos seus alunos. Para o efeito, as escolas indicaram que necessitavam de 900 professores e técnicos. Até agora, o Ministério contratou cerca de 100 professores com este objectivo e deslocou outros tantos que se encontravam em situação de horário-zero para estas tarefas.

A contratação destes 500 professores será feita por via de dois procedimentos concursais. Os 29 milhões de euros oriundos do Programa Operacional de Capital Humano (POCH) serão distribuídos através de uma candidatura liderada pela Direcção-Geral da Educação. Os restantes três milhões chegarão por via de concursos que já estão a ser abertos pelas comunidades intermunicipais, especificou ainda o Ministério.

“É um plano muito ambicioso, que criou grandes expectativas nas escolas, mas que na prática não está a funcionar por falta de recursos humanos”, disse ao jornal o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, que classifica como “boa notícia” a nova verba ao dispor do Ministério, embora considere que na prática esta só deverá ter resultados no próximo ano lectivo, dada a morosidade dos concursos que envolvem o POCH.

“Faltam recursos, mas as escolas não ficaram de braços cruzados”, contrapõe Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores e Agrupamentos de Escolas Públicas. Para o seu agrupamento, pediu mais um professor do 1.º ciclo, que ainda não chegou, mas entretanto deslocou docentes que davam apoio a este nível de escolaridade para trabalharem com os alunos do 1.º ano que já mostraram dificuldades no 1.º período.

“Para mim esta intervenção precoce é das medidas mais importantes do novo plano e fico contente por a maioria das escolas a terem adoptado”, diz Filinto Lima. O ME confirma: “em 89% das escolas há medidas dirigidas ao 1.º ciclo, em particular ao 1.º ano de escolaridade, em linha com o desafio que foi colocado às escolas de agir preventivamente”.

O objectivo é evitar que os alunos cheguem ao final do 1.º ciclo com dificuldades em ler ou a fazer cálculos, como têm mostrado as provas de avaliação externa, ou que chumbem logo aos sete anos. A reprovação no 1.º ano é proibida, mas logo no 2.º a taxa de retenção sobe para quase 10%.

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