17 jan, 2017 - 19:55
O italiano Antonio Tajani venceu esta terça-feira a votação final e é o novo presidente do Parlamento Europeu. Foram precisas quatro rondas para eleger o sucessor de Martin Schulz.
O candidato conservador, do Partido Popular Europeu (PPE), bateu o também italiano Gianni Pittella, de centro-esquerda, por 351 votos contra 282.
Com esta eleição, o centro-direita passa a deter a liderança de três das principais instituições europeias: Parlamento Europeu, Conselho Europeu e Comissão Europeia.
Nascido há 63 anos em Roma, Antonio Tajani foi comissário europeu da Industria e do Empreendedorismo e vice-presidente da Comissão Europeia liderada pelo antigo primeiro-ministro português Durão Barroso.
O conservador italiano, que era um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu, vai suceder ao alemão Martin Shulz, que ocupava ao cargo desde 2012.
Foi porta-voz do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
Antes de seguir uma carreira na política, Antonio Tajani foi controlador aéreo militar e mais tarde jornalista.
Na comunicação social, foi editor de política no jornal "Il Settimanale", editor no "Il Giornale" e apresentador da Rai Radio 1. Também foi enviado especial ao Libano, Somália e União Soviética.
O novo presidente do Parlamento Europeu fala Italiano, Inglês e Espanhol.
Do "alto perfil" ao envolvimento no "escândalo das emissões"
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel saudou a eleição de Antonio Tajani, destacando o seu "high-profile" (alto perfil) e currículo nas instituições continentais.
"A seguir a um alemão, um presidente do sul da Europa, que conhece as dificuldades dos países que atravessam e atravessaram situações difíceis", congratulou-se, por seu turno, o democrata-cristão Nuno Melo, prevendo que Tajani mantenha "respeito pelas diferenças e pelas minorias".
Já o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho criticou a "coligação de mercearia de interesses" que levou à eleição do candidato do Partido Popular Europeu.
"A Europa precisa de clarificação e o candidato que
apoiávamos (o socialista italiano Gianni Pitella) apresentava uma plataforma
progressista, mas, infelizmente, foi derrotado por uma coligação de mercearia
de interesses, que somou pessoas que até há pouco tempo defendiam os Estados
Unidos da Europa a outras que proporcionaram que a Inglaterra saísse da União
Europeia", afirmou Carlos Zorrinho, em Estrasburgo.
A deputada bloquista Marisa Matias não tem "grandes expectativas". Lembrou que Tajani esteve envolvido "no escândalo das emissões poluentes
da Volkswagen", além de ter sido "um dos braços direitos de
Berlusconi".
[notícia actualizada às 00h26]