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Governo exonera ​chefe da investigação de acidentes aéreos por desrespeito

12 jan, 2017 - 21:10

Ministério considera que Álvaro Neves, que nos últimos tempos tem denunciado a falta de verbas e meios, violou o estatuto, "nomeadamente a observação das determinações do Governo".

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O director do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), Álvaro Neves, vai ser exonerado do cargo por desrespeito do Estatuto do Pessoal Dirigente, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério do Planeamento e Infraestruturas.

O processo de exoneração de Álvaro Neves está "em curso com base no desrespeito do Estatuto do Pessoal Dirigente (do Estado), nomeadamente a observação das determinações do Governo", explica a mesma fonte.

Álvaro Neves tem denunciado publicamente a falta de meios e de verbas para o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.

Em entrevista à Renascença, em Outubro do ano passado, declarou: "Fazemos milagres com os recursos que temos". Em 2016 o orçamento do GPIAA foi reduzido de 500 mil para 300 mil euros.

Álvaro Neves chegou a propor a criação de uma taxa de 20 cêntimos a cobrar aos passageiros para financiar a actividade do organismo público, considerando que a prevenção e a investigação de acidentes aéreos podem ficar comprometidas se o problema do "garrote financeiro" não for resolvido.

Esta proposta, feita em Outubro, antes da apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2017, foi então rejeitada pelo Governo, que agora anuncia que vai fundir os gabinetes de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários (GISAF) e de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) num organismo único, um modelo que permite "uma maior coordenação das operações".

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas vai avançar com a criação do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), no qual convergirão as competências actualmente atribuídas ao GISAF e GPIAA, que serão extintos.

"O novo organismo terá como missão principal investigar os acidentes e incidentes ferroviários e ocorridos com aeronaves civis, de modo a determinar as suas causas, elaborar e divulgar os correspondentes relatórios e formular recomendações que evitem a sua repetição", esclarece o ministério de Pedro Marques, referindo que este modelo está em vigor em países como a Holanda, Dinamarca, Suécia, Noruega, Croácia ou Bulgária. .

Até à entrada em vigor deste modelo, as direcções do GISAF e do GPIAA serão asseguradas por Nelson Rodrigues de Oliveira, que desempenha as funções de director do GISAF desde Outubro de 2013.

Comentários
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  • Mário Guimarães
    31 jan, 2017 Lisboa 11:58
    Penso que depois de declarada a incapacidade propositadamente ,será entregue aos franceses tal como os aeroportos . Portugal é controlado pelo PS que por sua vez é controlado pela França . Os aeroportos e restaurantes de auto-estradas portuguesas também na mão de franceses . Não esquecer que a nossa realeza abrilêsca foi treinada em França . Mandaram o falecido de comboio para se fazer de coitadinho. O tal Ministro que nunca mais é julgado também foi para França e queria que lhe trouxessem livros de filosofia franceses. Está feito ! Os portugueses ficam apenas com o Fitubol e as Pastorinhas.
  • Luís Moreira
    15 jan, 2017 Faro 14:12
    É um erro grave, fundir os 2 organismos, que embora tenham como missão investigar todos os acidentes e incidentes que acontecem na aviação civil e no caminho de ferro, mas que são completamente distintos e não se devem juntar. Eu, se estivesse no lugar do Engº Nélson Oliveira, denunciava publicamente isto e não aceitava continuar. Com alguns dizem é a geringonça no seu melhor, neste caso pior.
  • Manuel
    13 jan, 2017 Guarda 11:48
    A verdadeira causa está aqui: http://www.gpiaa.gov.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006816.pdf e aqui: http://www.gpiaa.gov.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006817.pdf Denunciou a vergonha (que todos nós já vivemos) que é o funcionamento da alfandega, e que se pode comprovar no caso das caixas negras da QATAR...
  • Alberto Sousa
    13 jan, 2017 Portugal 09:07
    "Quem se mete com o PS leva"....e viva a ditadura.
  • juan panvini
    13 jan, 2017 mafra 02:35
    Ainda bem que o exoneram, vejam o que ele não fez no caso do avião da Qatar que aterrou de emergencia nos Açores, como aterrou por emergencia médica, mas acima do peso máximo para aterrar, teve que ser revisto mecanicamente e as caixas negras analisadas, estas ficaram retidas 15 dias, por inercia desse serviço. Por outro lado vejam os salários que ganham, é uma barbaridade.
  • Rui Silva
    13 jan, 2017 Montreal 02:24
    E ja agora que juntam os comboios, porque nao tambem os autocarros, os taxis, as motas e as bicicletas. Ate parece que se trata da mesma tecnologia. Onde é que isto vai parar...
  • Rodolfo
    12 jan, 2017 Lisboa 23:45
    Mais uma vitima da ditadura socialista de Costa reinante em Portugal. Todos que levantam a voz e que se manifestam contra algo do governo são despedidos. Não abram os olhos não.
  • Rão Arques
    12 jan, 2017 Penteado 23:43
    Respeito? Salazar? Bico calado? Quem piar leva? "Alguns só combatem a tirania para poder instalar a sua"
  • 12 jan, 2017 23:23
    Já não existe liberdade de expressão? !
  • josé
    12 jan, 2017 Abt 23:18
    Com menos um chefe a receber ordenado ficarão com mais dinheiro para investigar.

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