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Prisões do Brasil. Uma história de violência

02 jan, 2017 - 23:17

A história das últimas décadas do sistema prisional brasileiro tem sido marcada por erupções frequentes de violência extrema. O mais recente – e um dos mais graves - aconteceu no início do novo ano, em Manaus, mas para trás estão muito outros episódios. As prisões brasileiras são a casa de cerca de 600 mil reclusos. Sobrelotação crónica, condições degradantes e guerra entre gangues rivais são alguns dos principais problemas.

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Motim em prisão no Brasil faz 60 mortos
Motim em prisão no Brasil faz 60 mortos
  • Janeiro de 2017: Cerca de 60 pessoas morreram, entre domingo e segunda-feira, num motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, na cidade amazónica de Manaus.
  • Outubro de 2016: Pelo menos 18 reclusos foram assassinados em duas prisões do norte e do oeste do Brasil em confrontos entre dois poderosos gangues rivais: Primeiro Comando da Capital, com base em São Paulo, e o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Seis homens fora decapitados e os seus corpos incendiados.
  • Novembro de 2010: Um tumulto no estabelecimento prisional de Pedrinhas, no estado do Maranhão, resultou na morte de pelo menos 18 presos.
  • Junho de 2004: Três dias de confrontos entre gangues na prisão de Benfica, no Rio de Janeiro, terminaram na morte de 30 reclusos e de um guarda. Quase metade das vítimas foi decapitada. Armados com pistolas e caçadeiras, os amotinados renderam-se e libertaram mais de duas dezenas de reféns após negociações mediadas por um padre.
  • Janeiro de 2002: Pelo menos 27 presos morreram num tumulto na prisão Urso Branco, no estado de Rondónia. Os confrontos começaram quando reclusos de gangues rivais foram colocados na mesma ala, após uma tentativa de fuga falhada. Na altura do massacre, o estabelecimento com capacidade para 360 reclusos albergava cerca de 900.
  • Fevereiro de 2001: É considerado o maior tumulto prisional da história do Brasil. Envolveu mais de 20 mil reclusos de 29 cadeias do estado de São Paulo. Os confrontos deixaram um rasto de sangue de 19 mortos.
  • Outubro de 1992: É o mais trágico dos tumultos em prisões brasileiras. Pelo menos 111 reclusos foram mortos na penitenciária de Carandiru, em São Paulo. A maioria das fatalidades foi provocada por uma implacável intervenção da polícia. Ninguém foi punido pela acção das forças de segurança. Em Setembro de 2016, um tribunal declarou nulos o julgamento e as sentenças contra 74 agentes, perante o protesto das organizações de direitos humanos. Carandiru, uma das maiores prisões da América Latina, chegou a albergar cerca de oito mil prisioneiros. Foi finalmente encerrada em 2002, depois de um protesto de reclusos de prisões de todo o Brasil.
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