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"Entusiasmo desaustinado" leva 40 mil à exposição de Amadeo no Porto

30 dez, 2016 - 15:05

A recriação da exposição de 1916 de Amadeo de Souza Cardoso despede-se sábado do Soares dos Reis. Segue para Lisboa.

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O extinto Jardim Passos Manuel foi o espaço que Amadeo de Souza Cardoso escolheu para fazer há 100 anos a única exposição das suas obras no Porto. O Museu Nacional Soares dos Reis decidiu recriar esta exposição, que desde dia 1 de Novembro já recebeu 40 mil visitantes.

A última oportunidade para visitar as obras do artista modernista no Porto é sábado, 31 de Dezembro.

Hoje, como na altura, a exposição foi recebida com um “entusiasmo desaustinado”, diz a directora do museu, Maria João Vasconcelos. Na altura o espaço escolhido para a apresentação das obras era diferente daquele que hoje as acolhe, “explorando o facto de haver ali uma circulação popular com um tipo de pessoas não muito eruditas”, explica a directora do museu.

O romper com os valores artísticos da época onde o tradicionalismo imperava levou a reacções inflamadas. “Houve situações mesmo desagradáveis de agressão. Levou uns safanões, cuspiram num quadro, porque as pessoas achavam que ele era completamente desaustinado, doido” conta Maria João Vasconcelos, que explica que na altura as pessoas não compreendiam “quem pinta homens com os olhos de um lado e os braços do outro e as paisagens sem ninguém perceber nada”.

A reconstituição da exposição pretende ser fiel ao que estava exposto em 1916, apesar das dificuldades sentidas por falta de provas documentais. “Isto é uma tentativa de reconstituição do que estava exposto, que foi uma exposição feita pelo próprio.”

“Não há fotografias da própria exposição, logo a organização não segue rigorosamente o que estaria, porque não temos esses dados, mas as pessoas estão muito entusiasmadas com este juntar das obras da mesma maneira que o Amadeo o fez em 1916”, remata a directora do Soares dos Reis.

A exposição segue no dia 12 de Janeiro para o Museu do Chiado, em Lisboa.

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