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Greve dos trabalhadores das cantinas deve afectar hospitais, escolas e fábricas

09 dez, 2016 - 08:45

Estão previstas duas concentrações, uma no Porto e outra em Lisboa. O sindicato diz que protesto visa denunciar práticas que “violam os direitos dos trabalhadores”.

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Os trabalhadores das cantinas, áreas de serviço e bares concessionados cumprem esta sexta-feira uma greve nacional por aumentos salariais, defesa de direitos e negociação do contrato colectivo. O protesto deve afectar sobretudo hospitais, escolas, centros de formação e fábricas.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte afirma que “as empresas deste sector de actividade não actualizam os salários há sete anos”, datando a última tabela salarial de 2010.

“Muitos trabalhadores já foram apanhados pelo salário mínimo nacional, quando antes sempre receberam acima deste”, sustenta a estrutura sindical.

Na base do protesto estão ainda práticas das empresas do sector que o sindicato diz serem uma “violação dos direitos dos trabalhadores”, como o não pagamento do trabalho prestado em dia feriado de acordo com o contrato colectivo de trabalho (CCT) em vigor, do subsídio nocturno das 20h00 às 22h00, do subsídio de alimentação nas férias e dos salários “de acordo com as funções efectivamente exercidas” pelos trabalhadores.

“Impõem horários de 12 horas diárias e 60 horas semanais, pondo em causa a saúde dos trabalhadores e o direito à conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar”, denuncia o sindicato, acusando ainda as empresas de não respeitarem os quadros e densidades previstos no CCT, “impedindo assim a progressão na carreira aos cozinheiros e outros trabalhadores”.

Segundo a delegação do Centro do sindicato, naquela região irão aderir à greve “cerca de 400 trabalhadores do sector da alimentação colectiva das escolas, hospitais, serviços do Estado e fábricas.

O Sindicato destaca o impacto previsto nos “mais de 40 refeitórios escolares, nos do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) e nalguns serviços de alimentação hospitalar nos distritos de Coimbra, Guarda, Aveiro, Castelo Branco e Leiria, com trabalhadores ao serviço das empresas Uniself, Eurest e Gertal/ITAU", ficando apenas de fora as unidades do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).

Em Lisboa está prevista para as 9h00 uma concentração dos trabalhadores em greve frente à Trivalor, enquanto no Porto os grevistas se concentrarão, pelas 9h30, junto à porta do Hospital de Santo António, “para fazer um balanço da greve e denunciar publicamente a situação”.

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  • couto machado
    09 dez, 2016 porto 13:20
    Nos primórdios do 25A, a greve era a última arma dos trabalhadores,e com toda a lógica. Agora por tudo e por nada há greves, o que demonstra a falta de capacidade negocial entre as partes.

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