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PJ faz buscas na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

07 dez, 2016 - 15:20

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), no inquérito investigam-se suspeitas de "aquisição de bens e serviços pela SCML com recurso a contratação por ajuste directo a empresas com relações a trabalhadores e órgãos daquela instituição".

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A Polícia Judiciária (PJ) realizou esta quarta-feira buscas à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), numa investigação relacionada com a violação das regras de contratação pública.

Em causa está o fraccionamento dos contratos, para evitar o lançamento de concursos públicos e permitir ajustes directos, estando também em investigação o alegado favorecimento de empresas.

Numa nota enviada à Lusa, a Santa Casa confirmou que "foram efectuadas, esta manhã, buscas pela Polícia Judiciária, no âmbito de uma investigação a alguns processos aquisitivos, numa área específica da SCML".

"A administração da SCML deu orientações aos seus serviços para colaborarem com as autoridades", lê-se na nota.

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), no inquérito investigam-se suspeitas de "aquisição de bens e serviços pela SCML com recurso a contratação por ajuste directo a empresas com relações a trabalhadores e órgãos daquela instituição".

Com esta prática, adianta a PGDL, beneficiavam indevidamente aquelas empresas e aqueles trabalhadores "em detrimento das regras que presidem ao regular funcionamento do mercado".

A PGDL indica que estão em curso nove buscas domiciliárias, duas buscas a local de trabalho de advogado e quatro buscas não domiciliárias, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, em colaboração com a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

Na operação participam dois magistrados do MP, mais de quatro dezenas de elementos da Polícia Judiciária e oito peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística e da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ.

De acordo com a PGDL, o inquérito não tem arguidos constituídos.

Provedor pede que "não se especule"

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa confirma as buscas da Polícia Judiciária, tendo em vista áreas específicas da instituição.

Pedro Santana Lopes pediu para não se especular sobre o caso e diz pensar que esta investigação terá em vista casos como os que foram detectados há cerca de dois anos e sobre os quais pediu um inquérito.

“Prestamos toda a colaboração. Foram dadas orientações para fornecer tudo. Que não se especule. Julgo eu que este é um assunto que foi notícia num jornal, há dois anos, sobre contratos numa área específica da Santa Casa. Foram feitos inquéritos, as situações foram corrigidas. Do que eu sei, havia várias empresas que concorriam com nomes diferentes, sendo os mesmos indivíduos. Quando detectámos isso, foi dada ordem para pedir sempre as certidões das empresas no início dos procedimentos, para saber a quem pertence cada empresa, para isso não poder acontecer mais”, explicou o provedor em declarações à SIC Notícias.

[notícia actualizada às 20h49]

Comentários
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  • Atento
    07 dez, 2016 viseu 20:42
    Para mim os mais importante deste artigo, que me desculpem, este tipo de jornalismo! "A administração da SCML deu orientações aos seus serviços para colaborarem com as autoridades"! Também era melhor que não colaborassem com as autoridades! Sabendo que esta previsto pelo PS"D" do Passos, uma saída em ombros do actual presidente...
  • couto machado
    07 dez, 2016 porto 19:19
    Como vivemos num País de bufos, é natural que alguém despeitado tenha feito queixa (in)fundada. É o costume. E já agora, como o Santana Flopes não quer sair, arranjam maneira de o castigar na sua dignidade.
  • jose malha
    07 dez, 2016 Evora 18:24
    Já é velho o ditado: Quem se mete com o PS LEVA. E agora com os novos parceiros do PS - PCP e BLOCO ainda levam mais.Quero ver a PJ a ir ao largo. do Rato e ás casas de alguns ex administradores de bancos e. Empresas e carregar computadores dossies.
  • Luis
    07 dez, 2016 Lisboa 16:56
    Que o DJSCML não cumpre aquilo que está determinado pela lei pois quando entende beneficiar amigos concede "alvarás" para venda de jogos (Euromilhões) sem fazer concursos e selecções é do conhecimento geral. Que o Provedor e o MP ache isso normal também é verdade. Tudo começa mal quando a pequena corrupção é consentida por aqueles que têm a obrigação de a condenar. A seguir à pequena corrupção vem sempre a grande corrupção. Estranho também é o criterio do MP no que diz respeito a investigações por corrupção.

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