30 nov, 2016 - 20:43
No programa de hoje, António Vitorino explica as consequências de uma crise politica na sequência de uma vitória do “Não” no referendo em Itália. O antigo comissário explica que há uma alteração à lei eleitoral incluída neste pacote de medidas que vão a referendo e que, se for aprovada, “vai ser uma revolução na democracia italiana, porque vai ser devastador para os pequenos partidos. Por isso eles são todos partidários do não”.
António Vitorino diz que Bruxelas e Roma estão numa relação muito tensa. A Comissão está muito incomodada com o que Renzi tem dito. O Primeiro-ministro pensou fazer um plebiscito à sua pessoa, mas “saiu-lhe mal”. Já o antigo Primeiro-ministro acha que “não vai ser fácil a Renzi recuar na sua promessa de demissão”. Mas pode até recandidatar-se “se a derrota não for muito grande”.
Vitorino acha que “o problema não vai ser o dia seguinte nos mercados. Mas a subida constante dos juros das dívidas soberanas é que é assustadora, até para Portugal”. Explica “o caso muito bicudo do Banco Monte de Paschi”, que precisa de uma grande recapitalização e que, se não avançar, “pode mandar abaixo a fragilizada banca italiana”.
Pedro Santana Lopes diz que o problema do referendo em Itália não é a matéria que vai ser referendada, é mesmo o enquadramento político no resto da Europa e do Mundo.