05 dez, 2016 - 12:53
Manuel Cajuda, um dos mais carismáticos treinadores portugueses no activo, está de regresso ao Oriente, tendo assinado contrato por uma época pelo Sichuan Annapurna, dos escalões secundários do futebol chinês.
O treinador, que já teve, há dois anos,experiências nos chineses do Tianjin Quanjian e Chongqing, não esconde, em entrevista a Bola Branca, alguma tristeza por voltar a sair do país.
“Vou com algum lamento. O futebol português ofereceu-me um currículo invejável e isso permite-me trabalhar no estrangeiro. Em Portugal, as pessoas começam a entender que estamos fora do prazo em relação à idade”, lastima.
Cajuda lembra que é colega de alguns treinadores que hoje estão no topo, tendo a mesma idade: “Temos a mesma idade, mas, de certo modo, acabo por ser visto como um voltar ao passado. Depois de pensar muito, agarrei-me ao que considero ser a gratidão que tenho pelo ao futebol português e decidi ir mais um ano para onde me quiseram.”
O treinador diz que o Sichuan Annapurna "não é o melhor clube do mundo", mas explica a opção pelo facto de se tratar de um emblema que. "precisa de ser ajudado" e pertence a uma empresa grande que se lembrou de si.
"Lembraram-se de que eu tinha trabalhado na China, gostaram de mim e acharam que tenho capacidade para, pelo menos, ensinar. Mas não vou só para ensinar. Vou jogar para ganhar”, assume.
O regresso ao futebol chinês tem também outra justificação do experiente treinador: “Vou para um futebol menor, mas que não é menor em todas outras coisas que se falam. O país para onde eu vou tem comprado praticamente Portugal. Se comprar, também, a minha competência, não é uma vergonha. Vou fazer por mais algum tempo o que gosto, para que as pessoas não pensem que me vou arrastar pelos campos de Portugal conspurcando aquilo que me deu tanto trabalho a fazer.”
Com o ingresso no Sichuan Annapurna, Manuel Cajuda deixa de integrar o painel da Tertúlia de Desporto da Renascença, à 2ª feira entre as 19h00 e as 20h00. É substituído pelo treinador Domingos Paciência.