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Bruxelas tranquila após demissão do primeiro-ministro italiano

05 dez, 2016 - 09:40

Matteo Renzi anunciou a demissão depois de o "Não" ter vencido o referendo constitucional. Presidente do Eurogrupo lembra que "Itália tem instituições fortes".

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Renzi demite-se com um "nó na garganta"
Renzi demite-se com um "nó na garganta"

"Confio que a Itália vai enfrentar a situação. Trata-se de um país sólido”, disse esta segunda-feira o comissário europeu para os Assuntos Económicos após o anúncio da demissão do primeiro-ministro italiano.

Em declarações à televisão France 2, Pierre Moscovici afirmou que a Itália “tem instituições políticas sólidas e uma economia forte”, prevendo que os italianos vão fazer face ao período de incerteza provocado pela demissão de Matteo Renzi, após a derrota no referendo.

A mesma opinião expressou o presidente do Eurogrupo, esta segunda-feira, em Bruxelas. Jeroen Dijsselbloem reconhece que a instabilidade política vivida em Itália cria mais dificuldades em toda a Zona Euro, mas não representa o início de uma crise na moeda única.

“Não acredito. Não há razão para que assim seja. É apenas uma nova realidade com que temos de trabalhar”, afirmou à entrada da reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, onde também vai participar Mário Centeno.

“Itália é uma grande economia, uma das maiores da Europa, e tem instituições fortes. Podem ver que a reacção dos mercados [à demissão do primeiro-ministro] foi moderada até agora”, acrescentou.

Os italianos votaram em referendo, no domingo, uma reforma constitucional para reduzir o poder do Senado, mas a consulta transformou-se num plebiscito ao primeiro-ministro.

“Teremos de esperar para ver quais serão os próximo passos, o que o Governo irá fazer e o que o Presidente irá decidir”, afirmou ainda Dijsselbloem.

Ao nível económico, o presidente do Eurogrupo reforçou que “a situação em Itália não mudou. Os bancos não estão hoje diferentes daquilo que estavam ontem”.

Segundo o Ministério do Interior, o campo do "Não", liderado pelo movimento populista Cinco Estrelas (M5S, de Beppe Grillo), venceu o referendo com 59,5% dos votos.

Cerca de 70% dos eleitores italianos votaram no referendo, uma participação muito alta.

A derrota de Renzi pode vir a reforçar a posição de partidos populistas como a Liga do Norte e o M5E, que defendem a realização de um referendo sobre a permanência de Itália na Zona Euro.

Quando Renzi apresentar a demissão, esta segunda-feira, o Presidente, Sergio Mattarella, terá de negociar a constituição de um executivo de gestão ou, caso não seja possível, antecipar as eleições legislativas - algo já pedido pela oposição.

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  • Marco Almeida
    05 dez, 2016 Olhão 14:57
    Trata-se de um país sólido”, disse esta segunda-feira o comissário europeu para os Assuntos Económicos: divida pública 2015 (177.4%) do PIB a retoma é anémica, com o PIB a crescer apenas 0,3% no terceiro trimestre; e o desemprego jovem continua a romper todos os recordes - 28,8% em Agosto, e a banca com 360 mil milhões de crédito mal parado, sim senhor, um País muito sólido, nota-se
  • AM
    05 dez, 2016 Lisboa 13:23
    Pum pum! Aí vai disto, que amanhâ não há.
  • CAMINHANTE
    05 dez, 2016 LISBOA 12:30
    Aguardemos as cenas do próximo capítulo... seguem-se eleições ... quem ganha, quem consegue formar Governo...
  • Antonio Costa
    05 dez, 2016 Belas 11:44
    A confusão que se tenta estabelecer com a demissão do 1º.Ministro Italiano porquê? Primeiro porque os Pasquineiros dos Jornais tentam fazer esta confusão ao serviço da Direita Criminosa. Achei muito bem que os Italianos votassem "Não" porque eu votaria da mesma forma isto é: Quando se quer tirar poder ao Povo para concentrar num 1º.Ministro isso não é ideal de esquerda como fizeram crer que o homem era do Centro Esquerdo mas sim uma acção de Direita tipo fascista como Mussolini e os Italianos disseram "NÃO" e muito bem e não disseram mais nada. Estes pasquineiros que por aqui andam ao serviço da Direita também diziam que na Áustria a extrema-direita ia para o poder e como se viu os Austríacos disseram Não embora os pasquineiros da Direita continuem a valorizar os 46% da Direita em vez de valorizarem a percentagem do vencedor. Estou certo que os Italianos irão encontrar uma solução moderada sem tirar o poder ao Povo. Tem de ser do Povo que nasce a vontade do Governo e não de UM SÓ HOMEM que nem se quer teve a maioria de votos do Povo mas sim uma maioria relativa para ser 1º.Ministro. Porque em Portugal a Direita revanchista continua com os seus dentes de fora também necessitam de ser quebrados e uma das maneiras é não ligar aos pasquineiros ao serviço dessa Mafia temebrosa e criminosa e se possível correr com eles. O Povo Italiano vencerá porque sabe o que deve fazer em cada altura assim como o Povo Português soube só precisam do Homem ou dos Homens certos.

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