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França criminaliza sites pró-vida

03 dez, 2016 - 15:23

Bispos do país condenam a nova lei como um atentado aos princípios da democracia e criticam o Governo por estar “obcecado” com o aborto. Nova lei surge dias depois de o Governo ter proibido um anúncio porque podia perturbar a consciência de quem abortou.

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O Parlamento francês aprovou na sexta-feira uma nova lei que criminaliza páginas de internet que contenham informação para tentar dissuadir mulheres de abortar.

A lei de “interferência digital” dirige-se, segundo o texto da mesma, a impedir o funcionamento de sites que “deliberadamente enganem, intimidam e/ou exerçam pressão psicológica ou moral para desencorajar o recurso ao aborto” e prevê multas até 30 mil euros para quem os operar.

A lei foi aprovada pelos partidos de esquerda, os de direita votaram contra, com Bruno Retailleau, do Partido Republicano, a criticar a lei como sendo “totalmente contrária à liberdade de expressão”. O senador diz ainda que a nova lei contradiz o diploma que legalizou o aborto, em 1975, e que pede que as mulheres sejam informadas das alternativas a esta prática.

Do Partido Democrata Cristão também chegaram criticas, com Jean-Frédéric Poisson a apontar para a ironia de o Governo estar apostado em encerrar sites pró-vida enquanto se recusa a fazer o mesmo a páginas de internet que promovam uma visão fundamentalista e violenta do Islão, por exemplo.

Pelo menos dois bispos também condenaram a nova lei, nomeadamente o cardeal Vingt-Trois, de Paris que acusa o Governo de estar “obcecado” com o aborto e o arcebispo Georges Pontier, de Marselha, a dizer que a lei constitui um sério ataque aos princípios da democracia.

A nova lei surge poucos dias depois de o Governo ter proibido a transmissão de um anúncio dirigido a mulheres grávidas de crianças diagnosticadas com trissomia 21. No vídeo aparecem vários jovens com trissomia que explicam tudo o que as pessoas com esta condição podem alcançar na vida e na família, mas a entidade que regulamenta os conteúdos televisivos e, após recurso, o Conselho de Estado, consideram que o visionamento do anúncio pode perturbar a consciência de mulheres que tenham optado, na mesma situação, por abortar.

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Comentários
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  • Bernadete Rodrigues
    15 dez, 2016 R da Palmeira, 13 Rio Largo -Alagoas - Brasil 10:24
    ABORTAR É MATAR! É um absurdo a DISTORÇÃO DE VALORES, contida nessa lei do parlamento francês!!! É a busca, flagrante, da extinção da raça humana... para atender às exigências de satanás...
  • D X
    07 dez, 2016 Santarém 14:10
    Esta França está completamente perdida, tanta decadência e perversão! E quando a França tem problemas, a Europa sofre.
  • desiludido
    05 dez, 2016 Santarém 22:37
    A esquerdalha por lá é como a de cá, tratasse-se dalgum site para incentivar à homossexualidade ou adoção por parte destes ou coisa parecida ainda teriam uma ajuda financeira do Estado, é por isso que é tempo mais do que suficiente dos europeus se unirem e limparem de vez com esta gente dos governos que destroem todos os nossos valores morais e abrem as portas a outros que nada nos dizem, os franceses desta vez parecem ir a caminho, por cá andamos em contrassenso.
  • Maria Antónia Seabra
    04 dez, 2016 Lisboa 22:21
    França é um país de cobardes. Só têm coragem para atacar inocentes, os sem defesa. Os mais fracos não têm direito a ser ouvidos. Trabalhei 20 anos com toda a espécie de franceses, sei o que a casa gasta.
  • João Porrete
    04 dez, 2016 Lisboa 10:51
    Deixem estar que o François Fillon há de tomar conta da ocorrência. Que coisa mais absurda, diga-se de passagem. Qualquer dia proíbem-se sites que ajudem a deixar de fumar para não traumatizar aqueles que não conseguiram. É difícil pensar em algo mais politicamente correto do que esta treta. Mas, como dizia, estes parlamentares não perdem pela demora.

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