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Sida. ​Há mais pessoas a tomar anti-retrovirais, mas as jovens têm alta taxa de infecção

21 nov, 2016 - 21:13

Relatório da ONU indica que mais de 7.500 adolescentes e mulheres jovens foram infectadas com VIH por semana em todo o mundo, a maior parte delas em África.

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O número de pessoas infectadas pelo VIH que estão a tomar medicamentos anti-retrovirais duplicou em apenas cinco anos, mas há uma grande taxa de infecção entre mulheres jovens, sobretudo as africanas, segundo um relatório da ONU divulgado esta segunda-feira.

"Em Junho de 2016, cerca de 18,2 milhões de pessoas tiveram acesso aos medicamentos que salvam vidas, incluindo 910 mil crianças, o dobro do número em relação há cinco anos", indica o documento do Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) intitulado "Get on the Fast-Track: the life-cycle approach to HIV".

Neste relatório, divulgado esta segunda-feira em Windhoek, na Namíbia, refere-se que está em curso uma meta de 30 milhões de pessoas em tratamento com anti-retrovirais (ARV) até 2020.

Entretanto, o relatório mostra também os enormes riscos que as mulheres jovens estão a enfrentar.

No ano passado, mais de 7.500 adolescentes e mulheres jovens foram infectadas com VIH por semana em todo o mundo, a maior parte delas em África, nomeadamente no sul do continente.

"As mulheres jovens enfrentam uma ameaça tripla", disse o director executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, durante o lançamento do relatório na capital namibiana.

"Elas sofrem com um alto risco de infecção pelo VIH, têm baixas taxas de testes de HIV e têm pouca adesão ao tratamento. O mundo está a falhar com as jovens e temos urgentemente necessidade de fazer mais", sublinhou.

Sidibé saudou o progresso feito com o tratamento do VIH, mas alertou que qualquer avanço é "incrivelmente frágil".

A alta taxa de infecção entre as jovens e as adolescentes é muitas vezes motivada por relacionamentos com homens mais velhos.

O relatório apontou que os dados recolhidos na África do Sul mostraram que mulheres e adolescentes estavam a ser infectadas com o VIH por homens adultos.

Muitos homens contraem o VIH muito mais tarde na vida e, depois, continuam com o ciclo de infecção.

O relatório apontou um estudo na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, que revelou que apenas 26% dos homens sabiam o seu estado de portador do VIH e apenas 5% estava em tratamento.

Globalmente, entre 2010 e 2015, o número de novas infecções por VIH nas mulheres jovens, entre 15 e 24 anos, reduziu em apenas 6%, passando de 420.000 para 390.000. Para atingir o objectivo de menos de 100.000 novas infecções por VIH entre adolescentes e mulheres jovens até 2020, exigirá uma redução de 74% entre 2016 e 2020.

O relatório também alerta para o risco de resistência aos medicamentos e a necessidade de reduzir os custos dos tratamentos de segunda e terceira linha.

Também destacou a necessidade de mais sinergias com os programas de combate à tuberculose (TB), ao papilomavírus humano (HPV) e o cancro de colo do útero, e aos programas de hepatite C, a fim de reduzir as principais causas de doença e morte entre pessoas a viver com VIH.

Em 2015, das 1,1 milhões de pessoas com VIH que morreram, 440.000 tinham tuberculose, incluindo 40.000 crianças.

Globalmente, o acesso a medicamentos contra o VIH para prevenir a transmissão do vírus de mãe para filho aumentou em 77% em 2015. Como resultado, as novas infecções por VIH entre crianças diminuíram 51% desde 2010.

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