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Denúncia da Deco

Informações dadas pelos funcionários das Finanças não são vinculativas

21 nov, 2016 - 08:02

“Contribuintes têm de ter noção que toda a administração fiscal não está feita para ajudar as pessoas, mas sim para cobrar impostos”, avisa a Deco.

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As informações prestadas pelos funcionários das Finanças – seja no balcão, na internet ou ao telefone – “não têm poder vinculativo”. O alerta é dado pelo responsável da Deco Ernesto Pinto, convidado do programa Carla Rocha – Manhã da Renascença. Quem vai a um serviço de Finanças tirar uma dúvida não deve tomá-la como garantida, o que pode causar grandes transtornos.

“O contribuinte acha muitas vezes que tem o seu problema resolvido, mas não é assim, porque depois pode ser surpreendido por uma interpretação completamente contrária quando submete a sua declaração de IRS e os serviços centrais informam que não está correcto”, refere o fiscalista da associação de defesa do consumidor.

A existência de informações contraditórias recolhidas nos serviços das Finanças já foi detectada inúmeras vezes, até na sequência de testes que a Deco faz junto do aparelho fiscal.

“Fazemos testes quer em balcões de serviços de Finanças, quer através da linha telefónica, quer através do balcão electrónico e posso dizer que, se colocarmos a mesma pergunta – e pode ser uma simples, como ‘quanto é que tenho a pagar pelo IMT da minha casa’, que é o imposto que se paga quando se adquire um imóvel – no mesmo dia podemos ter três, quatro respostas diferentes em função da pessoa que nos atende”, lamenta Ernesto Pinto.

Como pode, então, o contribuinte defender-se? Pagando. Quando um contribuinte pede esclarecimentos e um parecer vinculativo terá de pagar, pelo menos, 2.550 euros – algo que a Deco considera “inadmissível”.

A conta pode chegar “a perto de 25 mil euros, dependendo – e utilizando a letra da lei – da “complexidade e da urgência do processo”, para ter uma informação vinculativa”, acrescenta o fiscalista.

“Ou seja, por vezes, para poder poupar cerca de 200 euros teria de gastar, no mínimo cerca de 2.500”, remata.

Comentários
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  • AF
    19 set, 2023 Porto 14:13
    A notícia é correcta. Estou a pedir esclarecimento desde Janeiro de 2023, das mais diversas formas (e-balcão, resposta vinculativa, presencialmente, via telefone), sendo que as respostas são discrepantes e sem valor esclarecedor. O processo de divergência está estagnado, faz vários meses. Recebi notificação da AT, referindo que a situação estava resolvida, só que não estava! Posteriormente surgem mais divergências e contínua.... Pedi uma resposta vinculativa, ainda em análise, entrou em Janeiro de 2023. Situação penosa e prejudicial, a todos os níveis. Lamentável de facto! Uma notícia de 2016 continua actual em 2023. No entretanto o que é que se fez? A AT é um órgão do estado encriptado, colocando em causa a democracia, pela omissão de informação e esclarecimento ao contribuinte. A inteligência artificial pode ser o futuro da AT, prestando assim um serviço mais fidedigno ao contribuinte.
  • maria teresa
    22 nov, 2016 lisboa 16:42
    Assim sendo a quem podemos recorrer Para pedir esclarecimentos?ha alguem "serio" e credivel? É muito preocupante
  • Dario Fernandes
    22 nov, 2016 Vila Praia de Âncora - Portugal 01:55
    Esse senhor da DECO ou não sabe o que diz , isto é, ou é um IGNORANTE em termos de fiscalidade ou é um vendedor da "banha da cobra", cujo objectivo de tantas "calinadas fiscais" num texto tão curto, só poderá ser interpretado como angariação pelo "medo" de novos associados,...não chegava a campanhã dos telemóveis alegadamente "top de gama de 15 euros" ????...simplesmente rídiculo...
  • Horacio
    21 nov, 2016 Lagos 21:57
    Tantos comentários a favor dos funcionários públicos e outros de que são incompetentes. É verdade, existem muitos incompetentes e muitos funcionários extremamente competentes nas suas funções como noutra profissão. Dizer que são os que mais descontam blá,blá... é mentira! Desconto sobre tudo o que ganho e não tenho adse para poder ir a um médico particular e pagar 7,50€ pela consulta de especialidade, pago 100€ ou vou ao público para ser atendido ao fim de 6 meses. Ah, já sei, vão dizer que descontam muito para ter adse, eu também não me importava de descontar. HP
  • R. Mendes
    21 nov, 2016 Lisboa 21:16
    Só podem andar a gozar com as pessoas, afinal para que servem os funcionários ? Para biblos
  • Miguel
    21 nov, 2016 Porto 19:57
    Esta notícia esta factualmente errada, seria bom a RR corrigir a mesma. As informações vinculativas são por via de regra gratuitas, apenas sendo de pagar as urgentes. Assim é falso o valor mínimo que indicam por informação vinculativa (que é zero). Os valores que indicam são para as urgentes pelo que deveriam referir o mesmo.
  • Mónica
    21 nov, 2016 Trofa 19:21
    Sei bem o que é a incompetência do departamento das finanças em nos dar uma resposta correta e a serem céleres a tratar de assuntos que poêm em causa o nosso trabalho e dignidade pessoal. Por um erro ao preencher um formulário recebi uma multa de 75€. Contestei-a. Desde maio. Já me deram razão há cerca de 2 meses e foi pedida a alteração do erro. Hoje a minha divida já vai em 630euros. Penhora de bens pessoais. Até já tenho fornecedores a receberem a indicação de que tenho uma dívida às finanças. Isto tudo porquê?! Duas repartições diferentes. Respostas diferentes. Atitudes diferentes. Mas, a mesma impossibilidade em resolver problemas e em dar respostas concretas. E..o contribuinte é que paga. Há realmente no meio de tanto incompetente algumas pessoas capazes e honestas no que fazem e dizem. Mas, infelizmente, o sistema engole-os.
  • 21 nov, 2016 17:45
    É lamantavel a imagem negativa que muitos cidadãos tem de tudo o que é público (em qualquer ramo da administração pública).Em qualquer loja de ferragens, p. ex. podem-nos enganar, vendernos uma torneira dizendo que é a melhor do mercado, etc, etc e 15 dias depois está avariada ma não falamos mal de quem nos a vendeu. É verdade que no público tambem nem tudo é perfeito, há gente boa e também alguns maus. Mas é um exagero estar sempre a falar mal do que é público, até por parte de associações que deveriam ser mais independentes e neutras perante a realidade. esquecem-se que os funcionários públicos são os que pagam mais em impostos porque não podem fugir com nada.Não há ordenados por baixo da mesa e pagamentos em espécie dificilmente tributáveis.... E a formação que obtem é a sua (deles) custa... Basta de hipocrisia patriótica e de falsos profetas da desgraça
  • Jose Manuel Rodrigue
    21 nov, 2016 SOUSELAS 17:09
    Eu tenho um exemplo...há mesma pergunta feita no e-balcão obtive duas respostas(não vinculativas) diferentes.Solicitei resposta vinculativa sem caracter urgente(senão teria de pagar no minimo 2550 euros) e poderei obter resposta no máximo 150 dias.Como é possivel uma situação destas?Consultei a Deco e obtive uma resposta igual a uma que me deram no e balcão.Mas não vou arriscar enquanto não tiver resposta vinculativa
  • Luís
    21 nov, 2016 Mirandela 13:00
    Objectivo desta publicação é angariação de sócios.

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