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Papa pediu e Cuba respondeu. Mais de 700 prisioneiros perdoados

16 nov, 2016 - 07:28

Havana sempre negou ter prisioneiros políticos. Neste ano da misericórdia, que termina no domingo, Francisco lançou um apelo a todos os líderes mundiais para serem clementes.

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A pedido do Papa, o Governo de Cuba decidiu perdoar 787 prisioneiros comuns. A informação está numa nota do Conselho de Estado cubano.

Os prisioneiros abrangidos foram seleccionados de acordo com os crimes cometidos e pelo comportamento enquanto cumpriam a pena ou aguardavam pela sentença.

De acordo com a nota estatal, citada pela agência Associated Press na terça-feira, o perdão não abrange prisioneiros acusados por homicídio, violação, corrupção de menores, tráfico de drogas ou crimes similares.

As mulheres, os jovens e as pessoas com doenças terão recebido um tratamento especial.

No início do mês, durante uma missa dedicada aos presos de todo o mundo, o Papa pediu a todos os líderes mundiais que ponderem “a possibilidade de proceder a um acto de clemência face aos prisioneiros que considerem poder beneficiar dessa acção”.

O presidente da Conferência Episcopal Cubana já reagiu à decisão do governo de Raul Castro, dizendo estar “muito contente”.

A Comissão Cubana para os Direitos Humanos e a Reconciliação Nacional, uma organização não-governamental, lembra, por seu lado, que nenhum dos presos que receberam clemência são políticos.


“Até agora, são apenas prisioneiros comuns”, afirma Gerardo Sanchez, porta-voz da ONG.

A verdade é que Havana não admite ter quaisquer prisioneiros políticos.

Em Setembro de 2015, Cuba perdoou 3.522 presos num gesto que autodenominou de “humanitário” e que precedeu a visita do Papa Francisco.

O país tem uma das taxas de detenções mais elevadas do mundo, segundo o Instituto para a Investigação Criminal, sediado em Londres. Em cada 100 mil cidadãos, 510 estão atrás das grades.

Segundo a Comissão Cubana para os Direitos Humanos estima que 100 sejam prisioneiros políticos.

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  • Vasco
    16 nov, 2016 Santarém 23:17
    Claro que em Cuba não existem prisioneiros políticos, nem lá nem em qualquer país comunista, parte deles nesses países acabam por desaparecer sem deixar rasto, mas isto tudo é normal e aceite quase indiferentemente pela comunidade internacional que muitas vezes se entretêm a falar de fascismo quando se trata de uma ditadura de direita mas se esquecem de olhar da mesma forma as ditaduras de esquerda pelos vistos mais ferozes e perlongadas ainda.

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