15 nov, 2016 - 16:21
Poucos esperavam um crescimento tão grande do Produto Interno Bruto (PIB), sobretudo depois dos números do segundo trimestre (subida de 0,3%). O PIB nacional avançou 0,8% no terceiro trimestre, o que, segundo os dados do Eurostat, torna Portugal o país, empatado com a Bulgária, que mais cresceu no período entre Julho e Setembro.
Na evolução encadeada (análise cumulativa dos trimestres), Portugal foi o que teve o maior crescimento, de 0,3% para 0,8%, ao contrário da economia búlgara, que cai de 0,9% para 0,8%.
Portugal cresce mais do que o dobro da Zona Euro (0,3%, em média). No mesmo período, a economia alemã ou a francesa cresceram 0,2%.
Segundo o INE, o resultado acima do que era previsto deve-se a uma aceleração maior das exportações do que das importações, bem como da procura interna. De acordo com os dados agora publicados, as famílias estão a consumir mais bens não duradouros.
Se analisarmos o crescimento encadeado dos primeiros três trimestres e o comparativo homólogo, Portugal já não compara tão bem com os restantes países da Zona Euro e da União Europeia. Nessa análise, Portugal surge em 12.º lugar, com um crescimento de 1,6% do PIB, bem atrás dos 4,5% da Eslovénia e dos 3,5% da Bulgária.
O bom, o mau e o vamos ver
Na reacção aos números, o ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu que a economia começa a dar sinais daquilo que os números do mercado de trabalho já indiciavam. "Este crescimento da economia é sustentado num aumento da confiança e nas melhorias já muito assinaláveis que vínhamos notando no mercado de trabalho", salientou.
Numa declaração aos jornalistas, o governante destacou que nos primeiros nove meses do ano foram criados 127 mil empregos, enquanto nos últimos seis meses de 2015 tinham-se perdido 75 mil empregos. “É esta a mudança de rumo que pretendíamos para a economia portuguesa: contas públicas sólidas e um crescimento do emprego e dos salários muito positivo", reforçou Mário Centeno.
Já o líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, acredita que estes números não são sustentáveis e diz que no final do ano não serão tão bons.
Montenegro admite que os valores de crescimentos dados a conhecer pelo INE surpreendem todos, mas não são suficientes para “embandeirar em arco”.
Já o Presidente da República recebeu sem surpresa os dados que apontam para um crescimento de 1,6% da economia no terceiro trimestre e advertiu que é preciso esperar para ver se se mantém até ao fim do ano.
O Governo inicialmente previa um crescimento económico de 1,8% para 2016, mas esse valor foi revisto em baixa para 1,2%, quando foi apresentado o Orçamento do Estado para 2017.