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Antigo ministro da Economia. Polémica na Caixa “não tem sentido”

15 nov, 2016 - 03:45

Em entrevista à Renascença, Augusto Mateus defende que o decisivo na CGD não é a remuneração dos seus gestores, mas saber qual o papel do banco público na construção de uma solução para o sector financeiro.

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O ex-ministro Augusto Mateus classifica de “polémica sem sentido” a discussão sobre os vencimentos e declarações de património dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Em entrevista à Renascença, o antigo titular da Economia, num governo de António Guterres, defende que o decisivo na CGD não é a remuneração dos seus gestores, mas saber qual o papel do banco público na construção de uma solução para o sector financeiro.

“Todos devemos lamentar que as coisas não saiam bem à primeira, mas é preferível que saiam bem à segunda ou à terceira do que não saiam bem. O essencial é o sistema financeiro, o seu relacionamento com a economia real e um papel renovado para a Caixa Geral de Depósitos”, refere Augusto Mateus.

O ex-ministro da Economia apresentou esta segunda-feira, em Serralves, no Porto, um estudo sobre a economia criativa.

Em 2015 a economia criativa valia cerca de 4% das exportações portuguesas, representando à volta de 2, 7 mil milhões de euros.

Os serviços de arquitectura e engenharia foram responsáveis por 55% das exportações do sector.

Para Augusto Mateus, a economia criativa é um sector interessante e com capacidade de crescimento.

“Para Portugal, país pequeno de dez milhões de habitantes, atrapalhado, estagnado, sem crescimento económico, economia criativa não é uma solução de facilidade, mas é uma solução em que Portugal pode reconstrui os factores de competitividade e reinventar a sua economia, valorizando os seus territórios”, afirma.

Mas, afinal o que é a economia criativa? Augusto Mateus explica que é como “fazer vinho não apenas porque tem uvas, mas é fazer vinho diferenciado, porque conhece melhor do que os outros os processos de vinificação e os gostos dos consumidores a que se dirige”.

As sociedades mais desenvolvidas são as que baseiam os factores competitivos mais naquilo que é escasso: a cultura, a criatividade e o conhecimento. A economia criativa é aquela em que se comece não nos recursos”, explica Augusto Mateus.

Comentários
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  • artur
    15 nov, 2016 braga 12:36
    vamos la todo mundo em frente a assembleia da republica exigir a demissao dessa administracao e o limite de ordenados para gestores publicos igual ao do 1 ministro manifestacao do povo em geral sem cor partidaria e sem politicos a frente da manisfestacao estao de acordo se estao digam sem medo porque e o povo que deve mandar nos politicos e nao os politicos no povo
  • Makiavel
    15 nov, 2016 Cascais 11:29
    O sentido da polémica percebe-se muito bem, basta ver quem a originou. Será politicamente inconveniente a solução do problema CGD que o anterior governo não consegui resolver.
  • Dr Xico
    15 nov, 2016 lisboa 10:53
    O assunto da CGD, já mete nojo ao vomito, Portugal parece não ter políticos com poder, se os gestores entendem que não querem, entregar as declarações e a lei diz que são obrigados MÁRIO CENTENO DEVE EXONERAR IMENIATAMENTE TODA A ADMINISTRAÇÃO por falta de entrega de documentação contratual.. E PONTO FINAL (ou existe telhado de vidro e favores a pagar?) Ainda não é neste governo de esquerda que se vê a força do PC
  • revoltado
    15 nov, 2016 rqtp 10:26
    Oh verdade, o povo, aqueles que passam fome, que não têm dinheiro nem para remédios e vivem sem dignidade não interessam o que interessa é enriquecer mais ainda alguns, para isto já há dinheiro. Sinto nojo de toda esta gente, da direita, da esquerda, do centro, de todos eles.
  • carmom
    15 nov, 2016 FAMALICÃO 10:22
    Mais um que entende que leis não são para ser cumpridas.Também entende que os 4.000 mih que o povo mete na caixa não devem ser controlados.Os novos gestores, podem fazer o que fizeram os outros..
  • revoltado
    15 nov, 2016 rqtparta 10:18
    "O decisivo na CGD não é a remuneração dos seus gestores, mas saber qual o papel do banco público na construção de uma solução para o sector financeiro." Num País cheio de precariedade, sem dignidade, sem autonomia, não interessa a remuneração dos seus gestores? Pois, tinhas que vir defender os interesses dos que comem tudo e não deixam nada, aposto que até querias estar no mesmo lugar. Cambada de sanguessugas. O que revolta é ver gente que nem consegue um trabalho para que ganhe e viva com dignidade, mas aparecem estes parasitas com reformas acumuladas, com cargos atrás de cargos, ganham balúrdios e ainda são incompetentes, medíocres no que desempenham. Por isso é o país que temos. Num país onde há pessoas que vão procurar comida aos caixotes de lixo porque não têm dinheiro e vens com esta conversa de que o que os gestores ganhem não importa?! Quer dizer até poderia ser mais. Mas que grande sentido de moral que tu tens! Cambada de nojentos!
  • Luis B.
    15 nov, 2016 Para cá da muralha da China 10:12
    Deste ex-ministro recordo que criou um, se não, o primeiro "perdão fiscal" ao qual aderi por razões forçadas. Estavamos em 1997 e daí para cá como se sabe, pouco mudou. De vez em quando os governos, em particular os socialistas, tapam uns "buracos" orçamentais com receita proveniente de "perdões fiscais".. Quanto à CGD parece-me claro que o ex-ministro socialista falha num ponto: a declaração de rendimentos sendo obrigatória não pode ser contornado por expedientes filosóficos como essa de querermos saber qual o papel da CGD no desenvolvimento do país... Estranho ser um socialista a dizer isto, quando têm sido os governos PS os que mais têm politizado a administração da CGD. E estranho que de repente o país fique refém de uns quantos administradores indicados pela geringonça... Os que o anterior governo de centro-direita tinha nomeado não serviam? Porquê? E se querem mesmo definir um modelo estratégico para a CGD porque razão o PS e a geringonça se furtam a fazer uma auditoria à CGD como pretendiam PSD e CDS? Que diz o ex-ministro Mateus a estes "pormenores"?
  • Carlos Martins
    15 nov, 2016 Lousada 09:49
    Claro que não faz sentido nenhum estar a exigir documentos disparatados a quem vai gerir um banco público. É uma maçada ter que entregar declarações de rendimentos e património. A democracia é mesmo uma maçada e fonte de problemas facilmente evitáveis se houver quem faça legislação por encomenda
  • verdade
    15 nov, 2016 aveiro 09:37
    Como é possível este Centeno só aumentar 10,00€ a quem trabalha. Porque será aumentar milhões na CGD. Que gente é esta

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