14 nov, 2016 - 14:58
O projecto Vale do Varosa venceu o Prémio Internacional AR&PA 2016, no âmbito da X Bienal de Restauro e Gestão do Património, que terminou no domingo, em Valladolid, anunciou hoje o Museu de Lamego, que gere o projecto.
O projecto Vale do Varosa teve início em 2009, trata-se de uma “rede de monumentos abertos de forma integrada, tendo tido como núcleo principal, numa primeira fase, os mosteiros cistercienses de São João de Tarouca e de Santa Maria de Salzedas e o convento franciscano de Santo António de Ferreirim”, explicou o museu.
Desde Julho, o projecto está “a funcionar em pleno”, depois de, em 2014, ter aumentado o número de monumentos com a inclusão da Torre Fortificada de Ucanha, no concelho de Tarouca, e da Capela de São Pedro de Balsemão, em Lamego.
Segundo a mesma fonte, o júri reconheceu ainda o Vale do Varosa como “um projecto que potencia as parcerias público-privadas, através do mecenato, assim como um exemplo de ‘intervenção correta, historicamente sensível, num contexto social definido’, que faz emergir na região do Douro, Património da Humanidade, a herança cultural, artística e paisagística de um conjunto de monumentos que foram intervencionados para fruição pública”.
O júri destacou neste projecto a “forma de actuar consistente que conjuga território, paisagem e património”, e que resulta numa “intervenção viva e uma aposta de futuro”.
O projecto do Vale do Varosa abrange os concelhos de Lamego e Tarouca, no Alto Douro, e é desenvolvido sob a égide da Direcção Regional de Cultura do Norte, sob gestão directa do Museu de Lamego.
“As principais linhas estratégicas foram a recuperação de edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada e, finalmente, a abertura ao público com funcionamento em rede e o desenvolvimento de acções de divulgação conjuntas”, explicou à agência Lusa fonte do Museu de Lamego.
Os Prémios AR&PA de “Intervención en el Patrimonio Culural” foram criados em 2000, com o objectivo de reconhecer o trabalho realizado por profissionais e instituições dedicadas à conservação, reabilitação e restauro do património cultural, assim como o interesse de projectos destacados na aplicação de técnicas, metodologias e estratégias inovadoras nas intervenções em bens culturais, explicou Carlos Saiz, director do Património Cultural do Governo Autónomo da Comunidade de Castela e Leão, que organiza a Bienal.
Portugal foi este ano o “país-convidado” da Bienal, tendo a sua programação sido apresentada em Outubro passado, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, por Carlos Saiz e pela directora-geral do Património Cultural, de Portugal, Paula Silva, que, na ocasião, realçou que este é o maior certame na área do património cultural, que se realiza na Península Ibérica.