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Papa pede perdão aos sem-abrigo ignorados pelos cristãos

11 nov, 2016 - 12:32

Na primeira audiência do Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas, o Papa pediu perdão por todos os que ignoram a pobreza, deixou apelos e agradeceu. “Obrigado pelo exemplo que vocês dão”.

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Papa pede aos sem-abrigo que ensinem o mundo a sonhar
Papa pede aos sem-abrigo que ensinem o mundo a sonhar

São as pessoas mais carenciadas que, na opinião do Papa Francisco, continuam hoje a transportar a mensagem de Jesus – a mensagem de um mundo que precisa de mudar e onde falta paz e sonhos.

Uma das maiores “pobrezas” é “perder a capacidade de sonhar, de seguir em frente com um objectivo”, disse, considerando que o mundo actual “não pode estar satisfeito”.

“Ensinem a todos nós, que temos tecto e a quem não falta comida ou medicamentos, a não estarmos satisfeitos. Com os vossos sonhos, ensinem-nos a sonhar desde o Evangelho, onde vocês estão. Desde o coração do evangelho”, apelou Francisco aos sem-abrigo que o ouviam Aula Paulo VI, onde também defendeu que “a paixão e o sonho” são factores importantes para “caminhar para diante”.

“Não deixem de sonhar”, pediu, admitindo não saber qual será “o sonho de um pobre, de alguém que não tem um tecto”.

“Mas sonhem. Vocês sonharam que um dia poderiam vir a Roma e isso realizou-se. Sonhem que o mundo pode mudar, essa pode ser a semente do vosso coração”, insistiu.

“O vosso perdão é água benta para nós”

Lembrando que “a pobreza está no coração do Evangelho”, o Papa pediu depois perdão.

“Peço perdão se alguma vez os ofendi com a minha palavra ou se não disse o que devia dizer. Peço perdão em nome dos cristãos que não lêem o Evangelho encontrando a pobreza no seu centro. Peço perdão por todas as vezes que os cristãos, perante uma pessoa pobre ou diante de uma situação de pobreza, olharam para o outro lado. Perdão”.

“O vosso perdão perante os homens e mulheres da Igreja que não querem ou não quiseram olhar para vós é água benta para nós, é limpeza”, acrescentou.

Francisco lembrou depois que raras vezes a guerra é feita pelos pobres – algo “triste” quando acontece.

“As guerras fazem-se entre os ricos. Para ter mais. Para possuir mais território, mais poder, mais dinheiro. Os pobres têm na sua própria pobreza maior propensão para serem artesãos de paz”, considerou.

“Façam paz, criem paz, dêem exemplos de paz”, apelou. “Necessitamos de paz no mundo. Necessitamos de paz na Igreja”.

“Obrigado”

O Papa falou por fim de dignidade – aquela que todos os pobres têm e que quem sabe ser solidário também.

“Vamos encontrar sempre alguém mais pobre do que nós e sabermos ser solidários, ajudar o outro, dar-lhe a mão, isso também nos dá dignidade”.

“Obrigado pelo exemplo que vocês dão. Ensinem-no ao mundo”, apelou.

O Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas começou esta sexta-feira no Vaticano e é dedicado aos sem-abrigo de todo o mundo.

Cerca de 160 portugueses, de instituições como a Cáritas Diocesana de Lisboa, a Comunidade Vida e Paz, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, O Ninho e O Companheiro, participam na iniciativa, que prossegue n sábado com uma audiência jubilar na Praça de São Pedro.

O jubileu termina no domingo, dia 13, com uma eucaristia com as pessoas socialmente excluídas, na Basílica de São Pedro.

Comentários
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  • fanã
    14 nov, 2016 aveiro 17:37
    A Igreja farta-se de pedir perdão a tudo e a todos , desde a inquisição até aos piores exemplos contemporâneos !!!!!............por isso não me convence !
  • Pedro Ferreira
    11 nov, 2016 Valongo 14:54
    É preciso uma lata...

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