03 nov, 2016 - 00:15
François Hollande terá feito um "acordo secreto" com a União Europeia para não cumprir as metas do défice. Esta é uma das revelações do livro “Um Presidente não deveria dizer isto” feito por dois jornalistas do Le Monde após dezenas de entrevistas ao Presidente francês.
Gérard Davet e Fabrice Lhomme fizeram 61 entrevistas a Hollande em cinco anos e ficaram com mais de 100 horas de gravações.
Segundo terá dito Hollande, as promessas à União Europeia de manter o défice abaixo dos 3% do PIB, tal como é exigido pelas instituições europeias, foi “uma mentira pura e simples, aceite por todas as partes”. O acordo terá sido estabelecido em 2012, ano em que Hollande foi eleito, e seria válido até 2017.
“Podemos escrever que, durante todo o quinquénio, as autoridades francesas apresentaram previsões do défice intencionalmente falsas, e isso com a aprovação das próprias autoridades europeias”, lê-se no livro citado pelo semanário Expresso.
“Nós somos a França, nós protegemo-vos, temos umas forças armadas, uma força de dissuasão, uma diplomacia (…) Eles, os europeus, sabem que precisam de nós e, portanto, isso paga-se”, acrescentou.
François Hollande fala também sobre ministros ou militantes socialistas, sobre o funcionamento da Justiça, disse que a França “tem um problema com o Islão”, que existe “demasiada” imigração indesejada e que “a mulher de véu de hoje” vai tornar-se o símbolo da República francesa de amanhã. Falou ainda da sua vida amorosa e de considerações sobre várias outras pessoas.
Os autores do livro citam ainda Hollande a referir que a França “tem um problema com o Islão”, que existe “demasiada” imigração indesejada e que “a mulher de véu de hoje” vai tornar-se o símbolo da República francesa.
A polémica não foi desmentida por Hollande nem pelos seus assessores e já é considerado um “suicídio político”, a poucos meses das Presidenciais em França.