Tempo
|
A+ / A-

Novo caso de falsa licenciatura. Demite-se chefe de gabinete de secretário de Estado

28 out, 2016 - 18:55

Nuno Félix, chefe de gabinete de secretário de Estado da Juventude do Desporto, não completou as duas licenciaturas que constavam no despacho de nomeação.

A+ / A-

O chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto, Nuno Félix, demitiu-se esta sexta-feira. Segundo o Observador, terá declarado duas licenciaturas falsas.

No despacho de nomeação, Nuno Félix declarou-se “licenciado” com dois cursos superiores: um em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e outro em Direito na Universidade Autónoma de Lisboa. As duas universidades – contactadas pelo jornal Observador – negam que o aluno tenha completado os cursos.

O Ministério da Educação confirma, em resposta ao Observador a saída do chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto: “O Ministro da Educação foi hoje informado da decisão do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, que aceitou o pedido de demissão do seu Chefe do Gabinete.”

Entretanto, João Wengorovius Meneses, o anterior secretário de Estado da Juventude, confirma ao Observador ter sido este um dos motivos da sua demissão e que o ministro tinha conhecimento da situação. Wengorovius acrescenta que teria querido exonerar Nuno Félix, mas que Tiago Brandão Rodrigues não deixou.

No entanto, o Ministério nega esta versão dos acontecimentos.

Já em resposta “pessoal” ao Observador, Nuno Félix afirmou: “Nunca disse para nenhuma das funções que exerci que era licenciado. Mas sim, que tinha a frequência do ensino superior. Importa dizer que o meu percurso académico sempre foi público, até pelas funções que desempenhei enquanto estudante como dirigente estudantil e juvenil”.

Nuno Félix foi o dinamizador do projecto Famílias como as Nossas, que trouxe refugiados da Áustria para Portugal.

É a segunda demissão no Governo esta semana. Rui Roque, adjunto de António Costa, também se demitiu por causa da licenciatura.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Sintra
    29 out, 2016 Lisboa 08:46
    A falta de vergonha, de controlo e de punição é tal que até dão habilitações falsas. O Socrates fez exame por fax. Estes Srs. demitem-se e em breve estão novamente noutra colocação talvez ainda melhor. O Coelho demitiu-se após a queda da ponte Entre-os-Rios e foi para administrador, mas culpados não houve.
  • Sintra
    29 out, 2016 Lisboa 08:37
    Que bons exemplos recebemos do governo. Vale tudo. Cativações em vez de cortes, crescimento economia, licenciaturas, aumentos impostos, que mais irá aparecer?
  • 29 out, 2016 08:18
    Se os lugares de Ministro estivessem condicionados por casos como estes, ou seja se fossem obrigados a demitirem-se, tenho a certeza que isto não aconteceria, mas como tudo continua na mesma e até são capazes de arranjar outro tacho para os aldrabões, fazem dos portugueses uns tolos.
  • Espécimes
    29 out, 2016 Lx. 01:30
    Wengorovirus, é algum tipo de nova clonagem, chamem conceituados cientistas, estamos na vanguarda com todo este tipo de espécime sócio sistémico, à que analisar as verdadeiras causas da proliferação, como devida reparação em relação ao erário publico, destas brilhantes criaturas da nossa praça
  • gustavo
    29 out, 2016 cbr 00:37
    Onde estão agora os srs do PS q tão indignados ficaram com o Relvas? Calados q nem ratos. Sao todos iguais.
  • Vitor
    28 out, 2016 Viana do Castelo 23:01
    Não há vergonha na cara . Os Partidos Políticos têm de acabar com esta brincadeira, sobretudo o PS e o PSD que sempre estiveram no poder e têm ambos telhados de vidro, com casos gritantes, como Relvas, Sócrates e agora estes dois quadros . Até acreditar que os jovens tenham na ficha do partido habilitações com a frequência do ensino superior. Cabe ao partido ou aos partidos que ganha eleições ou faz coligações para o governo selecionar os seus melhores quadros. Mas a nomeação para o cargo deve ser feita com o maior rigor e transparência. O desempenho do cargo até pode não depender de uma licenciatura, mas seria bom que na nomeação aparecesse as reais habilitações académicas, por exemplo, 12.o ano e frequenta"ou frequentou o ensino superior" .A não ser assim, a vida é a classe política, bem como a democracia portuguesa saem desacreditadas. Depois não se admirem da abstenção e de como a maioria dos jovens portugueses deixaram de acreditar no seu futuro em Portugal.
  • juzze do vale
    28 out, 2016 Porto 22:57
    Mas afinal quem controla as habilitações? Então basta dizer que é doutor..para ser doutor de um Governo?
  • maria
    28 out, 2016 porto 22:57
    Comprometam-se em terminar as licenciaturas e depois tentem ingressar na administração pública. Ou noutra coisa qualquer, mas estar no governo devia ser sinónimo de responsabilidade acrescida, de honorabilidade e de seriedade acrescida. Sejam sérios por favor. Ter uma licenciatura não significa que desempenharão melhor essas funções mas sendo condição necessária de admissão terão que tê-la, não há volta a dar. Se não querem concluir o ensino superior dediquem-se ao privado em que (exceptuando algumas profissões técnicas em que um curso superior é mesmo necessário) um curso superior apenas serve de bitola para aferir o compromisso e a disciplina de um candidato. Se me aparecesse um candidato a uma vaga/função com duas licenciaturas incompletas era excluído logo à partida sem provas dadas (i.e. trabalho concreto bem sucedido que se veja): para mim é sinónimo de alguém que não sabe o que quer, não tem disciplina para levar algo até ao fim ou não se compromete a sério com as missões/tarefas/objectivos. Tenham vergonha na cara e não se candidatem a coisas para as quais são incompetentes. Prejudicam a vossa imagem, prejudicam a imagem das pessoas/entidades às quais estão associados e prejudicam a vossa carreira (se não prejudica devia prejudicar).
  • Manuel Santos
    28 out, 2016 São Roque Oliveira de Azeméis 22:57
    Será que o Ministro, tem condições para ocupar o lugar a partir de hoje? Ou tudo serve para ter poder e ganhar dinheiro, mesmo que para isso tenha de encobrir falsidades e fechar os olhos à moralidade! E que terá o primeiro ministro a dizer sobre este caso, vale tudo?
  • Nuno
    28 out, 2016 Coimbra 22:55
    Mais algum se queira acusar? Tá tudo certo agora, ou desistências de última?

Destaques V+