Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Notícia Renascença

Execução deficiente e inexperiência na origem de acidente com C-130 da Força Aérea

28 out, 2016 - 18:00 • Ana Rodrigues

Informações apuradas pela Renascença vão mais além do comunicado com as conclusões da investigação divulgado esta semana.

A+ / A-

Execução deficiente, falta de prática, inexperiência à sensibilidade e manuseamento do sistema que permite o controlo da aeronave no solo por parte do piloto, são algumas da conclusões da investigação ao acidente com um C-130 da Força Aérea que não constam no comunicado divulgado esta semana.

A Renascença sabe que no documento que resultou da investigação da Força Aérea o acidente é descrito ao pormenor. Os acontecimentos de 11 Julho, na base do Montijo, resultaram na morte de três militares e ferimentos noutros quatro.

É referido que o piloto instrutor, uma das vítimas, pediu ao piloto que estava a ser qualificado, que abortasse a descolagem, manobra que foi realizada com dificuldade.

Segundo apurou a Renascença, o relatório conclui que houve por parte do piloto falta de prática e inexperiência à sensibilidade ao “steering”, o sistema de controlo da aeronave no solo.

Depois deste primeiro teste, o instrutor pediu uma nova manobra, um segundo procedimento que é feito após largarem os travões e em que o instrutor decide não avisar o piloto.

Aqui a execução foi bastante deficiente, também devido à nova posição de voo. É dito que o piloto manuseia o sistema de forma não sensível devido ao stress aliado à sua inexperiência, levando a aeronave a sair da pista.

A saída do C-130 da pista da base do Montijo desencadeou um incêndio na zona do trem de aterragem e asa direita.

Segundo apurou a Renascença, o relatório refere que não há modo de saber por que motivo o piloto instrutor planeou e mandou executar o procedimento de aborto à descolagem na missão em causa.

A Força Aérea também concluiu que o acidente ocorreu de forma fortuita, imprevista e ocasional.

Certo é que o instrutor, um piloto com grande experiência, não conseguiu evitar que o aparelho saísse da pista.

Deste acidente resultou a perda total do Hércules C-130, com um valor de 5,5 milhões de euros, e danos na pista avaliados em quase 2.500 euros.

A Renascença sabe que estes dados constam do relatório da investigação ao acidente e foram já encaminhados para o Ministério Público.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Joaquim
    29 out, 2016 Lagos 12:08
    Não conheço tal "controlo" num aeronave, "steering". Após libertar os travões existe o que se chama "rudder input" que serve para estabilizar a aeronave durante a aceleração pré descolagem.
  • Manuel Moura
    29 out, 2016 Braga 09:06
    "Deste acidente resultou a perda total do Hércules C-130, com um valor de 5,5 milhões de euros, e danos na pista avaliados em quase 2.500 euros." E então a perda de vidas humanas não é contabilizada neste parágrafo? Não deveria sê-lo , em primeiro lugar?

Destaques V+