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Alemanha. Operários portugueses recebidos com protestos de colegas alemães

27 out, 2016 - 08:43

Foram deslocalizados do Carregado para fazerem fins-de-semana na fábrica da Dura Automotive, tendo sido recebidos com cartazes, panfletos em português e um tradutor oficial.

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Cerca de 300 portugueses de uma multinacional no Carregado foram transferidos para a Alemanha para cobrirem turnos de fim-de-semana e foram recebidos com protestos dos colegas alemães à chegada à fábrica.

Os trabalhadores foram recebidos à porta da fábrica da Dura Automotive, que produz componentes electrónicos para automóveis, na cidade de Plettenberg, por colegas alemães munidos de cartazes, panfletos em português e um tradutor oficial.

Os folhetos explicavam que entre 850 a 900 trabalhadores alemães da fábrica de Plettenberg serão despedidos, segundo disse à agência Lusa Fabian Ferber, representante local do maior sindicato da indústria metalúrgica na Alemanha, o Industriegewerkschaft Metall.

"Há cerca de 11 meses a sede nos Estados Unidos, anunciou o despedimento de cerca de 850 a 900 pessoas, de um total de 1.300", da fábrica de Plettenberg, explicou Fabian Ferber, acrescentando que até hoje os trabalhadores alemães estão à espera de informação sobre compensações sociais e reformas antecipadas.

"Não estamos contra os trabalhadores portugueses, eles não são nossos inimigos. A Dura é que é a nossa inimiga. Estamos a lutar pelos nossos empregos", garantiu.

Os trabalhadores portugueses chegaram à Alemanha há cerca de duas semanas para cobrirem turnos de fim-de-semana que os colegas alemães tinham recusado fazer como forma de protesto.

Alemães recusaram fazer horas extra

"A Dura queria que fizéssemos horas extra para terminar uma encomenda. A empresa tem de gerir as encomendas durante as horas de serviço normais, por isso, a comissão de trabalhadores tem direito a recusar o pedido de horas extra. Foi o que fizemos e, então, trouxeram os trabalhadores portugueses", afirmou.

O sindicato recorreu aos tribunais que, inicialmente, deram razão aos trabalhadores alemães, mas a empresa apresentou um novo plano de trabalho aos juízes e conseguiu garantir a permanência dos operários portugueses na Alemanha.

"O plano da empresa diz que durante a semana a fábrica pertence à Dura Alemanha, ao passo que aos fins-de-semana a fábrica passa a ser Dura Portugal. A fábrica troca de mãos por dois dias, algo completamente novo", segundo Ferber.

O sindicalista acredita que o objectivo da empresa é transferir a maioria dos serviços efectuados na Alemanha para a fábrica portuguesa no Carregado, uma vez que "a mão-de-obra portuguesa é mais barata e tem menos direitos do que a alemã".



Comentários
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  • antonio Costa
    27 out, 2016 Belas 11:54
    Caro "Revoltado" se isto chegou a este estádio só se deve ao Povo Português que se achou muito rico e queria ser ainda mais rico como lhe apontava a Direita mas tinham de deixar de ser SOLIDÁRIOS (que isso era coisa da esquerda) e assim de um dia para o outro viu-se os novos (não só de idade) trabalhadores tipo americanos considerados pelos patrões os "top-gama" sem perceberem de nada a serem chefes com o único intuito de afastar os solidários e a dizerem que eles eram agora os que "sabiam tudo" que os "velhos" não percebiam nada e nem se quer queriam ser sindicalizados (que isso era coisa comunista). Depois a Direita incentivou esses idiotas a serem contra os mais velhos, Pais e avós (que lhe tinam dado o sustento e esforçado para lhe dar o estudo na Universidade) Eles eram a nova vaga os que sabiam tudo e não precisavam de solidariedade de ninguém. Conduziram as empresas (incluindo os Bancos) à falência e depois ao roubo do dinheiro dos contribuintes para os seus patrões de quem eram e são fieis lacaios. Hoje não se podem queixar tem é de repensar e mudar de atitude. Sem solidariedade entre Colegas e gerações não vão a parte nenhuma a não ser à miséria mais cedo ou mais tarde.
  • Dr Xico
    27 out, 2016 Lisboa 11:50
    Em vez de mandar bitates, deixem falar quem já lá esteve e conhece bem a vida de emigrante e como nos portamos lá fora.
  • Patrioska.
    27 out, 2016 Lisboa 11:43
    E se fosses para a Rússia ?
  • Pinto
    27 out, 2016 Custoias 11:29
    Os portugueses são pequenos em tudo, assim, continuam a serem explorados com salários baixos.
  • José Saraiva
    27 out, 2016 Viseu 11:29
    já estive na Alemanha em trabalho, gostei muito de trabalhar com colegas alemães....mas trabalhar com colegas portugueses é outra conversa, não passam de APROVEITADORES DA PIOR ESPÉCIE...JÁ TINHA VERGONHA DE DIZER QUE ERA PORTUGUÊS..
  • Luis
    27 out, 2016 Lisboa 10:57
    Tudo isto resulta apenas do facto de que os trabalhadores Portugueses serem muito melhores que os trabalhadores Alemães.A narrativa que circula há anos em Portugal de que falta formação aos trabalhadores Portugueses e que estes não têm qualificação ao nivel dos trabalhadores europeus é falsa e circula em defesa do poder politico e do patronato Luso para justificar salarios de miseria.Em Portugal e no estrangeiro os Portugueses são excelentes trabalhadores, os Alemães que o digam. O problema em Portugal, no mundo do trabalho, está na baixa qualificação do empresariado Português.A maior parte deles nem perfil tem para gerir uma taverna de bairro.Muitos ainda assobiam quando falam. E muitos há vinte anos atrás ainda assinavam de cruz mesmo que nas empresas de que eram proprietarios fossem simultaneamente, patrão, chefes de pessoal, chefes de compras, chefes de produção, chefes de armazém, chefes de vendas etc.etc.etc.. Enfim uma autêntica palhaçada. Muitos comportam-se como autênticos esclavagistas dos tempos modernos. Deve-se no entanto ressalvar o facto de que recentemente começou a aparecer jovens empresarios com uma verdadeira escola empresarial com uma visão totalmente distinta. Os maiores empresarios Portugueses são merceeiros e no grande mercado europeu e global só investiram em Países pobres como o nosso e com sitemas igualmente manhosos. Isto diz tudo do que foi o empresariado Luso nos ultimos quarenta anos. O tempo das fabricas de àgua quente há muito passou.
  • revoltado
    27 out, 2016 rqtparta 10:52
    O seja, os portugueses até na alemanha são mais baratos que os alemães. Até podem ser melhores trabalhadores mas como na mentalidade do português é esta "antes pouco do que nada" assim se vão amanhando recebendo menos que os outros. Onde está a igualdade nesta europa fascista? Aqui em portugal se passa o mesmo, antes pouco do que nada, por isso vemos pessoas a passar fome, pessoas sem ter dinheiro muitas vezes para despesas essenciais, Já se chegou ao ponto de se passar fome como no tempo do salazar, mas falando ironicamente, o melhor de tudo é este costa agora na governação, vai disfarçando que as coisas estão melhorando para os portugueses, mas na verdade está tudo na mesma e para continuar, a começar pelo aumento de 60 cêntimos aos reformados, ou seja, sempre vai contentando aos que se contentam com nada. Os salários não sobem desde de 2011, são dos mais precários desta europa que nos encalhou, para ficarmos dependentes, para não sermos competitivos, para nos empobrecer drasticamente, para nos reduzir na nossa produção, para nos retirar a nossa autonomia, e agora para se ter um país que só funciona com austeridade e pondo milhares na miséria e sem dignidade, isto graças a todos os incompetentes e medíocres dos governantes e corruptos que este pobre país tem sido vitima desde de 74, mas todos os anos é sempre a mesma cantiga: é o défice que não diminui, é os salários que têm que se manter congelados, é o desemprego e a precaridade, a mesma lama. Que se F*d. esta u.e!!!

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