27 out, 2016 - 00:40
“É imperdoável ficar calado e fingir que o que se está a passar não existe”. Foram palavras de Pedro Passos Coelho, na intervenção inicial desta quarta-feira, no Conselho Nacional do PSD.
Segundo fonte oficial do partido, o líder social-democrata defendeu que “o país está bastante pior, embora as pessoas não estejam ainda bem conscientes disso”.
Passos Coelho referiu ainda que “a economia do país está mais frágil e que o investimento público e privado e, também, as exportações e o consumo estão a cair”.
O presidente social-democrata reafirmou ainda que o partido vai apresentar propostas ao Orçamento do Estado para 2017, com "o objectivo de saber se há ou não vontade do Governo em implementar medidas estruturais que façam crescer o país.
O líder social-democrata falou também dos "atrevimentos do Governo no OE 2017", dando o exemplo das pensões, já que o "Governo acaba com as contribuições das pensões milionárias, mas não dá nenhum aumento extra às pensões mínimas".
"A sobretaxa é outro atrevimento e um truque, ao mesmo tempo, para iludir as pessoas", acusou, considerando que há um "aumento generalizado de impostos" e que este orçamento "não traz mais justiça social" e "é mais injusto", porque, "em termos relativos, as pessoas ficam mais pobres".
Para Passos, a actualização dos escalões é "um truque", uma vez que como estes vão ser actualizados em 0,8%, com a inflação prevista pelo Governo em 1,5%, "as pessoas vão ter menos poder de compra, nomeadamente os funcionários públicos".
"Deveríamos estar a aproveitar a conjuntura externa favorável para crescer, porque, ao contrário do que o Governo diz, a conjuntura não é desfavorável", defendeu.
Segundo o antigo primeiro-ministro, "falta estratégia económica" e o país está "a andar para trás".
"Mas à luz das escolhas do Governo, faz sentido assistir ao que estamos a assistir. Se o caminho tivesse sido outro, estávamos com o défice abaixo de 3%, estávamos a beneficiar verdadeiramente do apoio do BCE", disse ainda, de acordo com a mesma fonte oficial.
Passos Coelho fez ainda um agradecimento a Jorge Moreira da Silva, que a 1 de Novembro assume o cargo de director da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE e abandona o cargo de vice-presidente do PSD, mas no discurso não fez qualquer referência à sua substituição, tendo o tema das autárquicas ficado também de fora.