26 out, 2016 - 02:43
A operação de retirada dos habitantes do campo chegou ao fim ao início desta tarde, segundo as autoridades francesas. Registaram-se alguns incidentes, algumas estruturas foram alvo de fogo posto, mas não há vítimas a lamentar.
Ao segundo dia, mais de quatro mil migrantes já tinham sido retirados da "Selva", em Calais, no norte de França. O campo que acolhia temporariamente migrantes e refugiados começou a ser evacuado esta segunda-feira pelas autoridades. Equipas de operários escoltados por polícias arrasaram as tendas e barracas.
Os milhares de migrantes que vivam no campo tinham como objectivo atravessar o Canal da Mancha e chegar ao Reino Unido. Estão a ser distribuídos por vários centros espalhados por toda a França.
Pequenos camiões retiram os destroços do campo que acolhia, até domingo passado, entre seis mil e oito mil migrantes, na sua maioria oriundos da Síria, Eritreia e Sudão.
“Sabemos que a Selva acabou. Vamos tentar apanhar agora um autocarro, mas queremos uma boa cidade, perto de Paris. Se não pudermos ir para lá, vamos regressar à Selva”, diz Aarash, um migrante afegão, de 21 anos.
A presidente da câmara de Calais visitou a “Selva” acompanhada por 150 a 200 polícias anti-motim. “Os migrantes já sabiam há muito tempo que isto ia acontecer”, disse Fabienne Buccio à agência Reuters.
Grupos de migrantes chegaram a incendiar tendas como forma de protesto pelo desmantelamento do bairro de lata, mas a indignação deu lugar à resignação.
De acordo com as autoridades francesas, mais de seis mil pessoas foram retiradas da "Selva".
Pelo menos 800 migrantes menores de idade foram provisoriamente hospedados em contentores de carga colocados noutra zona próxima do bairro que se tornou símbolo das crises migratórias na Europa.
O ministro do Interior de França, Bernard Cazeneuve, disse que todos os menores desacompanhados "com laços familiares comprovados no Reino Unido" serão transferidos para o Reino Unido.
[Actualizado quarta-feira, 26 de Outubro, às 15h21]