25 out, 2016 - 14:09 • Olímpia Mairos
O marcador do tempo, peça da primeira metade do século XVIII, está de regresso à antiga Sé de Miranda do Douro, após um “rigoroso processo de restauro”.
Segundo a Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a peça “é o exemplar mais autêntico e melhor conservado no nosso país” e o seu valor patrimonial justifica que seja "integrado no circuito de visita ao conjunto catedralício”.
O marcador do tempo é um mecanismo de relojoaria grossa, sendo o de Miranda do Douro formado por peças de ferro forjado cavilhadas.
O instrumento manteve as peças de origem até ao inicio deste século, ainda que em mau estado. Foi agora restaurado “tendo sido apenas fabricada de novo a peça central sujeita a maior desgaste - o ‘escape’”, indica uma nota da DRCN.
Este mecanismo, da primeira metade do século XVIII, era animado por sistema de pêndulo e corda para um dia e dotado de um único ponteiro (marcava os quartos de hora).
“Provavelmente de origem espanhola - em zona raiana exposta a tal influência –, a sua encomenda foi coetânea dos melhoramentos e reformas levados a cabo, no período joanino, por todo o país”, destaca a DRCN, realçando que “há notícia da existência de mecanismos idênticos, entretanto desaparecidos ou substituídos por aparelhos modernos”.
Assim, segundo a DRCN, o marcador do tempo da antiga Sé de Miranda será, talvez, o exemplar mais autêntico e melhor conservado deste tipo de relógios arcaicos que chegaram aos nossos dias.
O restauro e remonte das peças foram executados pela Casa Cousinha, uma das mais reputadas deste tipo de relojoaria a nível europeu.
O marcador do tempo foi colocado na torre do relógio, a sul, depois de ter estado instalado na torre norte, até ter sido desmontado para a reparação.