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Bloco sobre vencimentos na Caixa: um "incómodo nacional", um problema de "decência"

24 out, 2016 - 14:00

Marques Mendes avançou que os gestores públicos estão isentos de apresentar declaração de rendimentos. O Bloco não gostou. António Domingues vai acumular salário com pensão do BPI.

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Em nome da "decência" e para resolver um "incómodo nacional", o Bloco de Esquerda (BE) exige uma votação parlamentar sobre o estatuto dos gestores públicos.

Em causa está a polémica suscitada no domingo por Luis Marques Mendes, que no seu habitual comentário na SIC, chamou a atenção para um decreto-lei (aprovado durante o Verão) que altera o estatuto do gestor público, isentando a administração da Caixa Geral de Depósitos de apresentar declaração de rendimentos.

Questionada pelos jornalistas sobre este diploma, Catarina Martins garante que este é um assunto longe de estar encerrado e que, por isso mesmo, vai muito em breve suscitar uma votação na Assembleia da República.

“O Governo fez o que queria fazer, mas acho que nesta altura o Governo já terá percebido que o incómodo não será só do BE ou de um ou outro partido, é um incómodo nacional para uma situação que é insustentável. Estão mais que reunidas as condições para corrigir isto”, sublinhou a dirigente do Bloco, esta segunda-feira

“O Bloco de Esquerda já disse que não concorda com esta legislação, que tem de ser mudada, que não aceitamos nem os salários, muito menos falta de escrutínio", afirmou.

“Apresentámos um projecto de lei ainda antes de o Governo ter feito esta alteração, para que a legislação fosse mais apertada e não menos, e já dissemos que o Parlamento vai ter de se pronunciar sobre esta legislação, porque não aceitamos que isto tenha sido feito à margem do Parlamento”, diz a líder do Bloco.

Segundo Catarina Martins, “não há ninguém neste país que compreenda os salários milionários, mas muito menos se pode aceitar a falta de escrutínio, e o Bloco de Esquerda não a aceita com certeza". “Estamos a trabalhar para que haja decência em tudo isto”, concluiu.

Salário, prémios e pensão do BPI

O Governo continua sob forte pressão mediática por causa da decisão de atribuir a António Domingues um salário acima de 30 mil euros por mês, mais de mil euros por dia e pouco menos que o dobro do que ganhava o anterior presidente, José Matos.

Segundo a edição desta segunda-feira do "Público", o rendimento de Domingues não vai ficar por aí. O presidente da Caixa Geral de Depósitos vai acumular, a partir de Dezembro, quando faz 60 anos, a pensão que lhe é devida pelos descontos efectuados durante 27 anos ao serviço do BPI. O jornal não revela, contudo, qual o valor da pensão.

Acresce ainda ao salário de António Domingues um possível prémio por objectivos que pode ascender a cerca de metade do seu vencimento anual.

Comentários
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  • naoacredito
    28 out, 2016 gondomar 16:53
    Não acredito que neste País nao hajam cerebros capazes, nao oportunistas, humildes e com amor Pátrio para governar a CGD. Acredito sim que outros interesses possam estar adjacentes. Sr. primeiro ministro, consultou bem o mercado de trabalho? Na minha vida, sempre decidi não pelo preço mas pela qualidade; respeitando sempre os condicionantes que me envolviam e sempre estes foram bem sucedidos.
  • Jorge
    24 out, 2016 Coimbra 17:38
    De facto a porcaria é toda a mesma, só o cheiro é ligeiramente diferente...
  • joa
    24 out, 2016 Lisboa 17:26
    O o bloco central ps-psd do tacho e máfia politiquiera que desgraçam, empobrecem e roubam portugal e os portugueses na maior impunidade! Depois vêm aplicar cortes, sacrifícios e salários baixos na população! O que se passa com as nomeações e ordenados milionários dos gestores/administradores públicos é Inaceitável, Imoral, Injusto, um insulto ao povo português, uma golpada por quem diz defender os interesses dos portugueses e do país, mas que faz precisamente o contrário, o tal ps-psd que não merecem a mínima credibilidade e só pensam nos seus interesses privados e no tacho futuro, por isso fomentam esse Fartar Vilanagem! Nenhum gestor público devia ganhar mais do que o Pesidente da República! Os argumentos de quem autoriza esses ordenados milionários são inaceitáveis e de má fé, são ordenados que nem na Alemanha, muito menos num país pobre e miserável como Portugal e ainda por cima na Caixa que é pública! Mais um grupo de inúteis que vai ganhar fortunas e nada fazer! Já devia ter sido publicada legislação para acabar com esses abusos! Depois vêm em falar em justiça fiscal, pagar impostos e cumprir as obrigações fiscais, quando alguns inaceitavelmente e Inconstitucionalmente estão isentos! Isto parece uma república das bananas! A lei é para todos! O povo tem que se levantar contra estes abusos inaceitáveis que no fundo é gestão danosa dos dinheiros públicos! Por isso cada vez menos gente e com razão não acredita nessa corja politiqueira nem na tal "estado d edireito edemocrát
  • tuga
    24 out, 2016 lisboa 17:08
    Nesta tiro o chapéu à Catarina!!! é fazer pouco de dois milhões de pobres, é gozar com 1/3 do povo que não ganha para as necessidades básicas!!! mas o povo não se indigna é manso!!!! Desde que haja telechachadas e futebol tá-se bem
  • Carlos Morais
    24 out, 2016 Lisboa 16:59
    Realmente existem dois paises chamados Portugal...o os ricos e dos pobres ! Ninguém pode compreender como um presidente da CGD pode ganhar tanto dinheiro e o Banco dar tantos prejuizos no fim do ano. Acumular ordenado,pensão choruda,bonu etc é um ATENTADO aos pobres,aos trabalhadores que ganham o salário minimo e são a maioria. Menos podemos compreender isto ser estabelecido por um governo de esquerda....socialismo ? Só para os outros para eles é fartar...vilanagem !
  • c.lopes
    24 out, 2016 Lisboa 16:59
    Este António,mais um,devia ter vergonha e renunciar o cargo.Para quando o povo deste bananal abre a pestana?
  • Rui das Tranças
    24 out, 2016 Salgados da Chuva 16:52
    Invejosos,miserabilistas!Como é que se sustentam quatro apartamentos,duas vivendas,seis empregadas domésticas,seis ou sete carros e mais alguns veículos motorizadps,um barquito(!),etc e mais etc.Além disso, é uma honra ganharem mais que congéneres em alguns países do Norte da Europa!Vão mas é trabalhar!!!
  • alentejano
    24 out, 2016 Figueira da Foz 16:40
    Tendo em conta a calamidade provocada por estes gestores BANCÁRIOS que levaram o País ao vergonhoso estado em que se encontra todo o sul da Europa, seria de supor que estivessem na cadeia e não a receber salários, de todo imerecidos.
  • chichafole
    24 out, 2016 Stutgart 16:39
    O ordenado máximo neste país devera de ser 14 vezes o ordenado mínimo nacional, pois assim até se preocupavam mais em aumentar o mínimo, pois que este tantas dores de cabeças dá ao governo, esquecendo-se que quem suga o país sao os ordenados enormes se se dao!
  • Carlos
    24 out, 2016 Lisboa 16:36
    "Repor decência" significa cortar ordenados na CGD???? será que não podem ver nada?? Sócrates cortou ordenados, Passos cortou ordenados... e agora até tu???

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