20 out, 2016 - 19:00
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O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, condena o valor dos salários dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), contestando o argumento do primeiro-ministro.
Em resposta a António Costa, que defende a necessidade de ter elevados salários para a administração da Caixa para não arriscar a gestão do banco público, Jerónimo de Sousa diz que esse “não pode ser o critério decisivo”.
O secretário-geral comunista diz que os portugueses não compreendem estes argumentos que considera “básicos e populistas”.
“Não pode ser critério decisivo. Obviamente, nós estamos aqui a recorrer a argumentos básicos que contenham alguma dose de populismo, mas no plano moral, ético, de compreender estes sentimentos que hoje prevalecem na sociedade portuguesa, tendo em conta o grande desfasamento que é colocado nesses vencimentos e nos privilégios respectivos”, sublinhou Jerónimo de Sousa à saída da audiência pedida aos partidos pelo Presidente da República.
Para o líder do PCP, "se os vencimentos definissem o grau de qualificação e elevação profissional, obviamente nós tínhamos centenas de milhares de trabalhadores que teriam de ver os seus salários revistos e recompensados".
O novo presidente do Conselho de Administração da CGD, António Domingues, vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano, disse terça-feira o ministro das Finanças no Parlamento.
Moratória para o serviço da dívida
Sobre o Orçamento do Estado para 2017, Jerónimo de Sousa diz que aguarda pela discussão na especialidade, porque o PCP não passa cheques em branco, assegura.
O líder comunista avisa ainda que é a questão da reestruturação da dívida vai colocar-se mais cedo do que tarde, porque “a manta não estica”.
"Obviamente, se temos de pagar centenas de milhões de euros para pagar só o serviço da dívida - e estou a falar por mês - depois faltará nalgum lado", alerta.
"E esta vai ser a grande questão, esta contradição vai ser colocada mais cedo que tarde", defendeu, acrescentando: "Renegociar a dívida, particularmente uma moratória em relação ao serviço da dívida creio que se justificava plenamente".