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PSD: "Nada nos garante que a sobretaxa desapareça ao longo de 2017"

18 out, 2016 - 13:02

O OE é "um instrumento de curto prazo" com o objectivo da "sobrevivência política", afirma Maria Luís Albuquerque.

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O PSD considerou esta terça-feira que a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2017 é "um instrumento de curto prazo" com o objectivo da "sobrevivência política", destacando a decisão "vergonhosa" de não fazer um aumento extraordinário às pensões mais baixas e o modelo seguido na sobretaxa de IRS.

"Nada nos garante que a sobretaxa desapareça ao longo do ano de 2017", afirmou a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

Apontando o aumento de impostos e a injustiça social como "marcas" do documento que foi apresentado na sexta-feira, a vice-presidente social-democrata deixou duras críticas à "opção política de não fazer um aumento extraordinário para as pensões mais baixas", classificando a decisão como "vergonhosa e absolutamente incompreensível".

"Estamos a dizer que um Governo não dá um aumento extraordinário de 10 euros a pensões de 200 euros, mas retira a Contribuição Extraordinária de Solidariedade a pensões de 5 e 6 mil euros por mês", salientou Maria Luís Albuquerque.

Sobre o aumento de impostos, a vice-presidente do PSD sublinhou a subida dos impostos indirectos, não só através do agravamento de alguns já existentes, como pela criação de novos. Isto representa "a substituição de medidas que tinham sido criadas com natureza extraordinária para fazer face a um período de emergência" por "impostos de carácter permanente".

Em relação à actualização dos escalões de IRS, que ficará a cerca de metade da inflação prevista, a vice-presidente do PSD previu que todos os contribuintes serão afectados quer venham a ter ou não reposição de rendimentos, com trabalhadores e pensionistas a "efectivamente pagarem mais" ao longo do ano.

Quanto ao cenário macroeconómico, e depois da revisão feita para 2016, Maria Luís Albuquerque notou que ao não ser feita uma revisão em matéria de receita fiscal quando já são conhecidos dados concretos até ao final do mês de Agosto, isso significa que "o ponto de partida para o Orçamento de 2017 em termos de execução é em si mesma uma ficção que afecta gravemente a credibilidade do exercício orçamental".

"O modelo económico falhou", argumentou, antevendo um crescimento em 2017 abaixo do registado em 2015.

“Gestão quase à semana”

"Este Orçamento é um Orçamento de curto prazo, ou poderíamos até dizer de curtíssimo prazo, temos impostos logo introduzidos em Janeiro, mas temos reposição de rendimentos que vão acontecendo ao mês, ao trimestre, parece uma gestão quase à semana, tentando criar duas ilusões em simultâneo: a ilusão junto dos portugueses de que os rendimentos estão a ser devolvidos e a ilusão de quem nos observa de fora de que há de facto um comportamento de prudência orçamental", resumiu.

Além disso, acrescentou, o OE para 2017 tem um impacto muito negativo na formação de expectativas dos agentes económicos, com a "incerteza permanente de não se saber, para satisfazer as exigências das clientelas daquilo que é a maioria das esquerdas, que impostos novos vão ser lançados".

"Daqui a um ano não podemos esperar estar melhor", lamentou a vice-presidente do PSD, que remeteu para um momento posterior o anúncio sobre se o partido irá fazer propostas de alteração ao documento do Governo. No OE para 2016 o PSD optou por não apresentar qualquer iniciativa.

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  • Luis
    19 out, 2016 Lisboa 13:04
    Não liguem ao que esta criatura de má memória diz. Ela a unica coisa que pertende é ser noticia. A criatura sabe que o traste de Massamá está preso por um fio e que dentro do PSD (Partido Sem Destino) já se afiam há muito as facas. A criatura quer substituir o Traste de Massamá e como quem não aparece esquece a mamona quer é protagonismo. Mandem-na lavar-se por baixo.
  • Vasco Valente
    19 out, 2016 V N Gaia 10:31
    Vergonhoso? Para quem? Em Abril de 2015 o Governo PSD/CDS anunciava pela voz da então Ministra Maria Luís Albuquerque a sua estratégia: -manter cortes de salários até 2018 -manter sobretaxa até 2019 Está em http://expresso.sapo.pt/economia/estrategia-do-governo-mantem-cortes-de-salarios-ate-2018-e-sobretaxa-ate-2019=f920204
  • Pedro
    18 out, 2016 Águeda 19:47
    Claro, como todos os OGEs dura um ano. Logo tem que ser de curto prazo. E foi esta tipa ministra?
  • rodri
    18 out, 2016 Caminha 17:14
    E quem nos garante que esta senhora vai estar por cá pouco mais tempo????
  • graciano
    18 out, 2016 alemanha 17:00
    explica ai joao estupefacto se isso e uma ameaca ou um elogio kkkkkk
  • Carlos Gonçalves
    18 out, 2016 Seixal 15:52
    Oh minha senhora, deixe de ser cínica... Enquanto lá esteve o que é que fez? Queria a sobretaxa a acabar em 2019 e agora vem ela e o seu chefe com balelas!!! Tenham vergonha!!
  • Manuel Ribeiro Fino
    18 out, 2016 Angra do Heroísmo 15:47
    Mas uma coisa é garantida: TU e a tua PAF não nos devolveram a sobretaxa em 2015.
  • Já esqueceram?
    18 out, 2016 pt 15:32
    Que com Passos Coelho e Maria Luis, esta que agora manda bocarras, só estava previsto acabar a sobretaxa em 2019! E com estes 2 farsantes até era possivel que nunca acabasse! Em Bruxelas diziam uma coisa e cá faziam outra! Memória curta?...Os Melos e afins devem ter a memória curta!...
  • melo
    18 out, 2016 14:23
    Isto é a realidade, que está bem patente aos olhos de todos nao é preciso ser catedrático para se perceber.Mas o importante é a esquerda manter-se nem que seja a engolir um elefante por dia.Só me incomoda é que segui diariamente todos os debates e promessas que tudo seria diferente e afinal......Já percebemos qual era o objetivo.
  • Rui
    18 out, 2016 Lisboa 14:20
    Tal qual fantasma do passado especialista em criar ilusões de vez em quando lá vai aparecendo para mandar umas bocas...

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