10 out, 2016 - 19:36
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O Prémio Václav Havel dos Direitos Humanos 2016 foi atribuído a Nadia Murad, uma jovem activista yazidi que fugiu do autoproclamado Estado Islâmico.
A entrega do prémio decorre esta segunda-feira no Palais de l'Europe, na cidade francesa de Estrasburgo, na abertura da sessão de Outono da assembleia parlamentar do Conselho da Europa.
Nadia Murad foi raptada pelo autoproclamado Estado Islâmico no Norte do Iraque, em 2014, juntamente com milhares de mulheres e crianças da etnia yazidi.
Tinha 21 anos e foi remetida à condição de escrava dos jihadistas. Foi abusada durante três meses, até que conseguiu fugir para a Alemanha.
Desde então tornou-se activista dos direitos humanos e não parou de denunciar ao mundo a situação da minoria yazidi, perseguida pelo Estado Islâmico no Norte do Iraque.
As mulheres e as crianças yazidi são utilizadas como escravas sexuais dos terroristas e traficadas entre os jihadistas.
Nadia Murad era uma das candidatas ao Prémio Nobel da Paz deste ano, atribuído na semana passado ao Presidente da Colômbia, José Manuel Santos, pelo seu contributo para o acordo de paz com as FARC que colocou fim a uma guerra civil com cinco décadas.
A jovem yazidi é embaixadora de boa vontade das Nações Unidas para a Defesa da Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.
O Prémio Václav Havel dos Direitos Humanos, atribuído pelo Conselho da Europa, visa recompensar acção de destaque na sociedade civil na defesa dos direitos humanos na Europa e fora do continente.
O prémio, atribuído pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa em parceria com a Biblioteca Václav Havel e a Fundação Carta 77, tinha como outros candidatos finalistas Gordana Igric, jornalista sérvia e defensora dos direitos humanos e liberdade de imprensa; e o International Institute of Human Rights - René Cassin Foundation.