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50 mil escuteiros peregrinaram até Fátima

10 out, 2016 - 18:37 • Paula Costa Dias

Jovens de todos os pontos do país participaram numa jornada de "aproximação a Deus" e "preparação para a vida", associando-se às celebrações do centenário das aparições.

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Perto de 50 mil escuteiros de todo o país deslocaram-se este fim-de-semana a Fátima no âmbito da peregrinação promovida pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE).

A “peregrinação é uma ideia que nos acompanha em quase todas as actividades”, afirma o chefe nacional do CNE. Para Norberto Correia, tem a ver “com o progresso pessoal, com a formação, com a preparação para a vida, tem a ver com o aproximar-se daquilo que entendemos que é o homem válido, o cidadão activo, o cidadão feliz, mas também interventivo na sociedade que é capaz de a mudar”. No fundo, afirma o dirigente, significa “um subir a montanha da perfeição, aproximarmo-nos de Deus”.

A peregrinação a Fátima é uma ocasião para os escuteiros se encontrarem com a mensagem de Nossa Senhora. Segundo o chefe de campo Pedro Ascenso, “é redutor para o escuteiro ir a Fátima fazer apenas um ligeiro percurso a pé, e ir só à capelinha”, e, portanto, o CNE quis “que esta actividade fosse também uma forma de os escuteiros encontrarem ou reencontrarem a mensagem de Fátima que muitas vezes não é óbvia”.

Por isso, na manhã de sábado os escuteiros foram convidados a peregrinar até à Capelinha das Aparições onde estiveram em oração em grupo. De tarde participaram nos vários trilhos, percursos de actividades propostos pelo Corpo Nacional de Escutas que lhes permitiram conhecer instituições religiosas e outros espaços identitários da mensagem de Fátima. À noite participaram na recitação do terço e na procissão de velas e, a maior parte, dormiu em tendas que a organização montou. No domingo, participaram também na eucaristia do santuário, uma forma de também se integrarem na comemoração do centenário das aparições.

Segundo Pedro Ascenso, os membros do “escutismo católico não podiam deixar passar esta oportunidade de celebrar o centenário das aparições” e tinham que estar em Fátima.

Ser escuteiro é viver os valores de Cristo

Para os jovens que peregrinaram a Fátima, ser escuteiro é também viver os valores de Cristo. Joana Oliveira, de Évora, testemunha que “a fé é muito importante”. Na mística dos escuteiros, diz a jovem, tentamos viver consoante o “Homem novo”, isto é, segundo Cristo e os Seus ensinamentos.

Para além disso, sublinha, vão à Eucaristia e fazem retiros espirituais.

“Somos jovens completamente normais e iguais aos outros, mas tentamos focar-nos em certos princípios e valores com os quais nos educaram e com os quais vivemos”, salienta Joana Oliveira.

Além da componente espiritual há actividades em contacto com a natureza, principalmente na vertente do escutismo terrestre. Por outro lado, cada agrupamento tenta aproveitar e potenciar as características da região onde está implantado. Por isso, nalgumas zonas da costa prevalecem as actividades marítimas. É o caso da Figueira da Foz. O chefe regional de Coimbra diz que fazem actividades de barco, de canoa e de jangadas que constroem para navegar. Manuel Pedrosa revela que, no âmbito do agrupamento 235 da Figueira da Foz, desenvolvem “toda a actividade de patrulha, equipagem e companhas” e fazem “actividades dentro das embarcações muito no meio náutico”.

Já no Samouco, Montijo, é a presença da base aérea que inspira as actividades. “Temos contacto directo com as aeronaves e fazemos actividades terrestres, como limpeza de pistas, briefings sobre determinados assuntos para eles depois trabalharem no terreno, por exemplo, junto às torres de controlo, em termos de segurança. “Estamos neste momento a criar um espaço novo dentro da base só para escuteiros”, explica Nuno Macedo, chefe do agrupamento 1388.

Juntos nos bons momentos e nos maus momentos

Para os jovens, o escutismo é uma oportunidade para contactarem com a natureza e de crescerem como pessoas. Diogo Nunes, de 16 anos, que pertence ao agrupamento 690, do Barreiro, destaca “as aventuras” que passam uns com os outros, “os bons momentos e também os maus porque os superamos todos juntos”.

Para este jovem, no final do dia é no escutismo que querem estar. Por outro lado, salienta: “Nós podíamos ser pessoas mais reservadas e o escutismo faz-nos abrir, fazer novas amizades e desenvolver as nossas capacidades e aquilo em que nós éramos maus e melhorar aquilo em que éramos bons”.

Na eucaristia de encerramento desta primeira peregrinação nacional, e na qual estiveram cerca de 50 mil escuteiros, representando mais de 500 agrupamentos de Norte ao Sul do país, o CNE distinguiu o santuário de Fátima com a Medalha de Agradecimento 1.ª classe - Ouro.

O Corpo Nacional de Escutas tem actualmente cerca de 14 mil dirigentes e candidatos a dirigente, responsáveis pela aplicação e vivência do método escutista a perto de 58 mil jovens e crianças.

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